O papa Bento XVI rezou neste domingo pelos milhões de pessoas que morreram de fome na Ucrânia e em outras regiões da extinta União Soviética, durante a ditadura de Josef Stalin. Bento XVI pediu que a ideologia não acabe com a liberdade e a dignidade das pessoas.
O pontífice falou em ucraniano aos peregrinos desse país que foram a Roma. O papa lembrou que novembro marca o aniversário do 'holodomor' como ficou conhecida a tragédia da grande fome na Ucrânia.
Estima-se que pelo menos 2,5 milhões de pessoas foram mortas de fome, em um plano maligno orquestrado pelas autoridades soviéticas para forçar os camponeses a viverem em fazendas coletivas.
No outono de 1932, as autoridades confiscaram os grãos, o gado e outros alimentos dos povoados em grande parte da União Soviética, porque os camponeses não haviam cumprido a cota que o governo havia exigido. A União Soviética exportou o grão para construir fábricas. Os moradores foram proibidos de sair de casa e milhões morreram de fome.
"Enquanto espero que nenhum regime político, em nome de uma ideologia, negue os direitos, a dignidade e a liberdade de um ser humano, rezo por todas as vítimas inocentes dessa imensa tragédia", disse o papa desde as janelas do seu apartamento, para a multidão na Praça de São Pedro.
Atualmente, parlamentares ucranianos qualificam a grande fome de 1932-1933 como um genocídio contra o povo ucraniano. Não obstante, o Kremlin rechaça a acusação, ao alegar que outros grupos étnicos também sofreram com a grande fome, inclusive russos.
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