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Islamabad - O Paquistão limitou as viagens e impôs outras medidas restritivas a diplomatas dos Estados Unidos, disseram autoridades locais ontem, numa nova demonstração da piora nas relações entre os dois países desde que os norte-americanos mataram o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, em uma operação no território paquistanês. Uma fonte na diplomacia ocidental disse que a embaixada dos EUA recebeu no mês passado uma nota diplomática do Ministério de Relações Exteriores do Paquistão, na qual eram dadas orientações para viagens de diplomatas fora da capital do país, Islamabad.

As restrições surgem em meio a informações na mídia paquistanesa de que nas últimas semanas diplomatas dos EUA que viajaram para o noroeste do país, partindo de Islamabad, foram obrigados a deixar a cidade de Peshawar por não estarem de posse de um "certificado de não objeção" emitido por autoridades do Paquistão. O porta-voz da embaixada dos EUA, Alberto Rodriguez, disse que a representação diplomática estava em contato com o governo local para resolver a questão. A Chancelaria paquistanesa afirmou que "não foi imposta nenhuma restrição específica para os EUA" a viagens diplomáticas. No entanto, acrescentou que está mantendo um relacionamento construtivo com a Embaixada dos EUA em Islamabad em relação ao assunto. "Há orientações gerais relativas a viagens de diplomatas baseados no Paquistão, estabelecidas somente para garantir sua proteção e segurança, adotadas há muito tempo," acrescentou, em um comunicado.

O Paquistão é um importante aliado dos Estados Unidos em sua luta contra militância islâmica, mas as relações bilaterais se deterioraram rapidamente depois que um contratado da CIA matou dois paquistaneses em janeiro e se agravaram após forças dos EUA mataram Bin Laden no Paquistão, em maio, sem avisarem previamente o governo local sobre essa operação. Os Estados Unidos suspenderam recentemente cerca de um terço de sua ajuda anual militar de US$ 2,7 bilhões ao Paquistão, em uma demonstração de desagrado com medidas restritivas do Paquistão a ações de treinamento dos EUA, limitação de visas para funcionários norte-americanos e outras medidas bilaterais. Apesar das tensões os dois lados tentam evitar o rompimento de relações. O diretor do poderoso serviço de inteligência do Paquistão visitou os EUA no começo de julho para conversações com autoridades e parlamentares.

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