O Paquistão protestou nesta quarta-feira (29) formalmente contra o bombardeio em seu território de um avião não tripulado dos Estados Unidos, o primeiro após as recentes eleições no país asiático e que ocorre dias após a Casa Branca anunciar mudanças neste tipo de operação.
A incursão aérea aconteceu na madrugada, quando um drone disparou dois mísseis contra um imóvel na aldeia de Chashma, causando a morte de pelo menos cinco pessoas e deixando dois feridos.
Horas depois, o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão expressou mediante uma nota "a séria preocupação" das autoridades e disse que o caso é uma violação da "soberania nacional, da integridade territorial e da lei internacional".
"O governo do Paquistão afirmou reiteradamente que os ataques com drones são contraproducentes, causam a perda de vidas de civis inocentes e têm implicações humanitárias e relativas aos direitos humanos", disse o comunicado.
Os ataques com aviões não tripulados americanos contaram com o consentimento das autoridades do Paquistão, embora tenha sido criticado em público pelo forte rejeição que despertam em amplos setores do país devido à morte de civis.
Apesar disso, não é habitual que a queixa se expresse mediante um comunicado oficial nem que se realize logo após um ataque. O bombardeio desta madrugada é o primeiro com drones desde meados de abril e o primeiro desde o anúncio da Casa Branca de mudanças nas operações com aviões não tripulados.
O presidente americano, Barack Obama, afirmou há uma semana que dará maior transparência ao programa de drones, apesar de não ter oferecido detalhes sobre as novas diretrizes do programa, até agora liderado pela CIA.
Durante 2013, foram registrados no Paquistão cerca de quinze bombardeios deste tipo, nos quais morreram mais de cem pessoas, quase todas identificadas pelas autoridades como insurgentes.
Os ataques ocorrem nas zonas tribais do Waziristão do Norte e do Sul, especialmente na primeira, principais redutos do movimento talibã paquistanês e de outros grupos fundamentalistas que atuam em ambos lados da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.
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