O Paquistão testou nesta quinta-feira seu primeiro míssil de cruzeiro, que pode ter capacidade de levar uma ogiva nuclear. A prova foi realizada sem que a rival Índia fosse avisada antecipadamente. O míssil paquistanês Babur, com 500 quilômetros de alcance, foi testado com sucesso, segundo general Shaukat Sultan.

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Índia e Paquistão, rivais há décadas e ambos potências nucleares, firmaram um acordo na semana passada que prevê o aviso mútuo sobre testes de mísseis. O general Sultan disse que a Índia não foi informada previamente do teste do míssil Babur porque o acordo não cobria essa prova.

- Não temos que informar os países vizinhos nesse caso. Não é um míssil balístico e não se encaixa no acordo - disse Sultan.

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O Babur, lançado de terra, pode evitar radares e tem grande precisão, segundo as forças armadas paquistanesas.

"Ao realizar esse teste bem-sucedido, o Paquistão entrou no seleto grupo de países que têm capacidade de projetar e desenvolver mísseis de cruzeiro", disseram as forças do país, num comunicado.

O presidente Pervez Musharraf saudou o teste como um marco na busca do país pelo reforço e consolidação de sua capacidade estratégica e disse que isso melhorava seu equilíbrio militar com a Índia.

As ambições paquistanesas de desenvolver um míssil de cruzeiro eram conhecidas há anos, relata Robert Karniol, editor para a Ásia e Pacífico da revista "Jane's Defence Weekly".

A capacidade de carga do míssil Babur e o peso das armas nucleares do Paquistão não são conhecidos. Ainda assim, mísseis de cruzeiro seriam um avanço significativo, explica Karniol.

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- São armas de ataque muito significativas - disse ele. - Podemos esperar que, num futuro não muito distante, eles vão voltar a atenção para o desenvolvimento de um sistema de lançamento (de mísseis) a partir de submarinos.

O Paquistão tem oito submarinos em operação;

A Índia já tem mísseis de cruzeiro que podem ser lançados de submarinos.

Musharraf ressaltou também que o Babur é superior aos mísseis Brahmos indianos, com alcance de 290 quilômetros.

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