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Segundo Maduro, a Venezuela é vítima da "guerra não convencional que os Estados Unidos aperfeiçoaram" nas últimas décadas | REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Segundo Maduro, a Venezuela é vítima da "guerra não convencional que os Estados Unidos aperfeiçoaram" nas últimas décadas| Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

O presidente Nicolás Maduro declarou, em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", que os protestos no país estão sendo fomentados pelos Estados Unidos, em uma tentativa de derrubar o governo para se aproveitar do petróleo venezuelano. Maduro definiu a estratégia como uma espécie de "golpe de Estado em câmera lenta", comparando a situação à crise ucraniana.

"Estão tentando vender ao mundo a ideia de que a Venezuela vive uma espécie de Primavera Árabe", afirmou o presidente, para quem Washington quer "colocar as mãos" nas reservas de petróleo do país. "Já tivemos a nossa primavera: a nossa revolução que abriu caminho para a Venezuela do século XXI", disse ele.

Segundo Maduro, a Venezuela é vítima da "guerra não convencional que os Estados Unidos aperfeiçoaram" nas últimas décadas, mencionando o apoio americano a golpes no Brasil, na década de 60, e em Honduras, em 2009. Os EUA, no entanto, negam a participação nos protestos na Venezuela, que já resultaram na morte de 39 pessoas, centenas de feridos e mais de 2 mil detidos.

Para Maduro, os protestos da oposição venezuelana reproduzem ainda um cenário ucraniano, com ruas bloqueadas por barricadas. Segundo o presidente, os opositores "tentam aumentar os problemas através de uma guerra econômica, para cortar o suprimento de produtos básicos e incrementar uma inflação artificial". O objetivo seria criar o descontentamento social, "pintar o país em chamas" e justificar o isolamento internacional.

A nova onda de manifestações na Venezuela começou no início do ano, com passeatas contra os altos índices de violência e a escassez de alimentos. Os protestos foram alimentados ainda pela inflação, que chegou a atingir 57% e que agora está por volta de 2,4% ao mês.

Maduro, que atribuiu 95% das mortes nos protestos a ações de grupos de direta, defendeu a polarização como um reflexo de um país altamente politizado e onde "a política não é apenas para a elite".

"Venezuela tem uma polarização positiva, porque é um país politizado onde a grande maioria adere às políticas públicas. Há também uma polarização negativa que não aceita o outro e quer eliminar o outro", afirmou o presidente ao "Guardian".

Uma missão da Unasul está na Venezuela para tentar mediar um diálogo entre o governo e a oposição.

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