Cristãos rezam pedindo paz para os defensores do Estado de Israel, durante evento realizado em Jerusalém| Foto: Menahem Kahana/AFP

Seis dias depois do anúncio da construção de mais de mil casas em Jerusalém Oriental, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceitou formalmente o plano do Quarteto de Madri — grupo formado por Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia — para a volta imediata das negociações de paz entre is­­raelenses e palestinos.

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Em nota oficial, o gabinete do premiê afirmou que, mesmo com ressalvas, "Israel apoia o pedido do Quarteto por negociações diretas entre as partes, sem pré-condições". O comunicado inclui um pedido para que "a Autoridade Palestina faça o mesmo".

Netanyahu fez o anúncio de­­pois de conseguir a bênção de oito de seus ministros mais próximos. A liderança palestina tam­­bém pôs em votação a adesão à proposta do Quarteto, mas, depois de três dias de discussões, decidiu só voltar a negociar caso Israel suspenda a construção em assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além de reconhecer as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967 — com base nas quais os palestinos desejam criar um Es­­tado independente.

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"A volta das negociações re­­quer um compromisso de Israel de suspender as atividades nas colônias e reconhecer as fronteiras de 1967, sem nenhuma am­­biguidade ou tentativa de evitar as resoluções internacionais", afirmou Nabil Abu Rudeinah, porta-voz do presidente da Au­­toridade Palestina, Mahmoud Abbas.

O plano do Quarteto sugere a volta das negociações de paz no prazo de um mês e a apresentação, em três meses, de propostas concretas para solucionar a questão das fronteiras entre Israel e o futuro Estado palestin. Um acordo seria firmado no fim de 2012.

O documento do Quarteto não cita o congelamento da construção em colônias, a principal demanda palestina, mas exige que os dois lados "evitem ações provocativas". Os palestinos consideram uma provocação a intenção israelense de construir mais mil residências no bairro de Giló, em Jerusalém Oriental, on­­de moram 40 mil judeus. Os israelenses alegam que o bairro é parte integrante de Je­­rusalém, sua capital indivisível.