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Curitiba – A procura por gás natural e petróleo na região do Chaco enche a economia do Paraguai de esperança. O vice-ministro paraguaio de Energia, Héctor Ruíz Díaz, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, disse que as empresas que trabalham na região encontraram indícios de jazidas de hidrocarbonetos. Além de ser próxima à Bolívia, a região do Chaco tem a mesma bacia sedimentar dos campos de hidrocarbonetos bolivianos. O Paraguai já pensa, inclusive, em construir um gasoduto.

Gazeta do Povo – Como estão os projetos para exploração de gás natural em território paraguaio?Héctor Ruíz Díaz – O Paraguai tem um plano energético estratégico que foi aprovado no ano passado e que estabelece a inserção do gás natural em nossa matriz energética. A primeira etapa é a integração do gás com a Bolívia. A segunda é o trabalho de prospecção e exploração de gás natural em território paraguaio, tarefa que se encontra hoje em plena execução.

Como está funcionando a exploração de gás?O processo começou em agosto de 2003. Convidamos empresas multinacionais do setor. Um consórcio de uma empresa paraguaia e outra inglesa – chamado de CDS Oil&Gas-Primo Cano Martínez – perfura o primeiro poço denominado "Independência Três" em Gabino Mendoza. Esse poço tem hoje 2,6 mil metros dos 3,6 mil metros de profundidade prometidos pelas empresas. Existem outras três empresas que iniciam as atividades de prospecção e exploração ainda este ano. A Amerisur – no Chaco norte, no departamento de San Pedro e na região oriental do Paraguai –, a Pirity Petróleos – na região do Rio Pilcomayo e na fronteira com a Argentina – e a Morrison Mining – também na região do Chaco.

O que o consórcio CDS Oil&Gas-Primo Cano Martínez descobriu no poço Independência Três?Encontraram dois níveis de gás natural a 600 e 800 metros, em princípio. A empresa informou que, ao chegar aos 1.620 metros de profundidade, os indícios de petróleo são insuficientes para considerá-lo rentável para a empresa. A expectativa do governo é entrar no mercado como produtor de hidrocarbonetos e de petróleo. A nossa atividade ainda é incipiente. Estamos distantes da situação de Brasil, Argentina e Bolívia. Podemos levar 50 anos para desenvolver esse setor.

Existem outras empresas interessadas também?Duas empresas, que não são de grande porte, apresentaram solicitações. Também vamos receber a visita de duas empresas norte-americanas daqui 15 dias.

Existem estudos sobre a possibilidade de se encontrar gás natural no Chaco paraguaio?Existem estudos particulares desenvolvidos por empresas que interpretaram as informações existentes sobre alguns blocos. A partir daí, fizeram estudos estatísticos sobre a possibilidade de se encontrar gás natural. As perspectivas são boas. Ma até hoje só encontramos indícios.

Alguma empresa brasileira mostrou interesse pelo projeto?Temos boas relações com as autoridades da Petrobrás. É importante poder contar com a Petrobrás no Paraguai comercializando combustíveis. É o primeiro passo que a empresa está dando para analisar o comportamento do mercado paraguaio. Esperamos em pouco tempo firmar mais parcerias com a Petrobrás.

Como estão as negociações sobre a compra de gás boliviano e uma possível sociedade?O Paraguai propôs à Bolívia em 2005 um projeto binacional para permitir o transporte de gás natural até uma zona próxima de Puerto Casado. A proposta paraguaia é desenvolver este projeto em Puerto Casado, onde também se planeja uma zona franca, para permitir a industrialização do gás.

Segundo o jornal boliviano La Razón, o Paraguai irá negociar com a Bolívia a compra de 15 a 20 mil metros cúbicos de gás.O Paraguai não comprará nenhum metro cúbico de gás. Nós propomos um projeto binacional com a Bolívia para industrializar o gás boliviano e para que os dois países possam estabelecer as metas. Não temos necessidade energética de comprar gás natural. O objetivo é diversificar a nossa matriz energética.

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