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Liderança

Apesar de não ser a maior potência econômica mundial, a China lidera em vários segmentos:

- Alimentos: é a maior produtora mundial de alimentos, especialmente de culturas como milho e arroz. Apesar da grande extensão territorial, há várias regiões não cultiváveis no país, como desertos e montanhas.

- Energia: é o país que mais consome energia no mundo.

- Carvão: é a maior produtora e consumidora mundial de carvão mineral.

- Poluição: por consequência, também é a nação que mais polui no planeta. Os índices de poluição nas grandes cidades, como Xangai, atingem níveis considerados alarmantes pela Organização Mundial de Saúde.

- Sustentabilidade: é a maior poluidora, mas também possui a maior quantidade de turbinas eólicas do mundo, cerca de 50% do total.

- Calçados: é a maior produtora de calçados do mundo, à frente de Índia e Brasil.

- População: é o país mais populoso do mundo, com cerca de 1,3 bilhão de habitantes.

- Hidrelétrica: fica na China a maior usina hidrelétrica do mundo, a de Três Gargantas.

- Transporte: é a nação com o maior sistema ferroviário de alta velocidade no mundo.

- Exportação: é o maior exportador de produtos do mundo, superando a Alemanha desde 2009.

- On-line: é responsável pelo maior mercado mundial on-line. Mais de um terço dos chineses têm acesso à internet.

- África: é o maior parceiro comercial do continente africano.

- Inglês: é a nação onde mais se fala inglês no mundo, já que cerca de 400 milhões de chineses falam o idioma como primeira língua.

- Tesouro: é o país que detém mais títulos do Tesouro dos Estados Unidos.

- Cidade: fica na China a cidade mais populosa do mundo, Xangai, com quase 20 milhões de habitantes.

- Fronteira: é a nação do mundo que mais faz fronteira com outros países, sendo 14 no total.

- Carros: é o maior mercado mundial de novos veículos, com 13,64 milhões de automóveis vendidos só em 2009.

- Tecnologia: a China é detentora do mais veloz e poderoso supercomputador do mundo, o Thianhe-1, capaz de atingir a velocidade de processamento de 2,67 petaflops por segundo. Em 2010, os EUA não encabeçaram esse ranking pela primeira vez.

Opinião

4 mil anos de império, 100 de república

Marcos Cordeiro Pires, doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP) e professor do departamento de Ciências Políticas e Econômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – Campus Marília

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Com a queda do Muro de Berlim em 1989 e o colapso da União Soviética em 1991 – marcos do fim da Guerra Fria –, os Estados Unidos se consolidaram como potência hegemônica. Uma posição conquistada logo após a Segunda Guerra Mundial e poucas vezes ameaçada pela opositora comunista durante as quase cinco décadas de disputa bipolar. Mas nos últimos anos outra bandeira vermelha desponta altiva no horizonte asiático: a chinesa. Uma nação com 1,3 bilhão de habitantes – entre os quais estão os estudantes mais bem classificados do planeta –, que apresenta consecutivas taxas de crescimento econômico da ordem de 10%, e na qual a língua inglesa é falada diariamente por mais pessoas que em países como Reino Unido ou Estados Unidos.

O que os especialistas se perguntam agora é se a China terá condições de manter esse nível de crescimento a ponto de, um dia, suplantar os EUA como a maior potência econômica do mundo. "Em uma perspectiva de longo prazo é difícil dizer se a China se manterá nesse ritmo, mas logicamente não se vê no cenário, pelo me­­nos a curto ou médio prazo, uma mudança nesse padrão de crescimento", analisa Julio Su­­zuki, diretor de pesquisa do Instituto Paranaense de Desen­­volvimento Econômico e Social. "Logo, é provável que a economia chinesa mantenha, ainda por um bom tempo, esse padrão de crescimento de 9% a 10% ao ano", completa o diretor de pesquisa do Ipardes.

Apesar de reconhecer a importância econômica e política do país no atual cenário global, Welling­­ton Pereira, professor de Economia da Universi­­dade Federal do Paraná (UFPR), não acredita que o mundo es­­teja caminhando para uma bipolarização econômica entre EUA e China ou mesmo para uma supremacia chinesa. "Vejo que, muito pelo contrário, ainda prevalece – e tende a permanecer por algum tempo – a relação de sinergia econômica entre os dois países", pondera. Segundo o professor da UFPR, essa sinergia pode até não ser benéfica para ambos os lados, mas trata-se de uma relação construída durante anos e que não pode ser desfeita completamente do dia para a noite.

Parceria

"Com um certo espanto, os EUA viram o avan­­ço chinês de longe, e, em certa medida, contribuíram para isso", avalia Pereira. O professor se refere a decisões como o deslocamento de plantas industriais de grandes empresas norte-americanas para a China nas últimas décadas.

Algo que ajudou a tornar os Estados Unidos o principal cliente comercial do país asiático e, ao mesmo tempo, fez com que os americanos passassem a depender, cada vez mais, dos abundantes aportes de recursos chineses. "Trata-se de uma relação muito mais complexa, obviamente, e isso tem reflexo direto sobre as relações políticas", afirma Pe­­reira.

No caso das relações comerciais com o Brasil, a lógica é similar, mas com algumas particularidades. A China é uma grande importadora de produtos básicos brasileiros, principalmente de commodities, e se tornou, ao mesmo tempo, uma grande fornecedora dos artigos industrializados que utilizamos.

"Logicamente existe aí um processo de troca um tanto quanto desfavorável para o Brasil. É complicado você, por exemplo, exportar soja em grão e importar produtos eletrônicos, de alto valor agregado", explica Su­­zuki. Quando o assunto é o Pa­­raná, basta dizer que a China é hoje a maior importadora de produtos oriundos do estado.

Mentes que brilham

Se a China não chega a ameaçar – pelo menos por enquanto – a hegemonia econômica e política dos EUA, na educação os chineses já são imbatíveis.

No último teste realizado pelo Programa Internacional de Ava­­liação de Alunos (Pisa), os adolescentes de Xangai – a maior cidade chinesa – ultrapassaram a Finlândia e ficaram em primeiro lugar. Os resultados da pesquisa foram divulgados em dezembro do ano passado e levaram as au­­toridades de vários países, como Grã-Bretanha, França e Estados Unidos, a prometer uma revisão no método adotado em suas es­­colas.

O Pisa avalia a compreensão de leitura, matemática e ciências por jovens de 15 anos em 65 países, por meio de testes padronizados. "O sucesso impressionante de Xangai, que encabeça todas as tabelas dessa avaliação com uma margem clara, mostra o que pode ser feito com recursos econômicos moderados em um contexto social diverso", afirmou o relatório emitido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, que aplica o Pisa.

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