Parentes de pelo menos 150 opositores que estão detidos na Nicarágua pediram nesta segunda-feira (20) uma “greve eleitoral”, como sinal de rejeição às eleições de 7 de novembro, nas quais o ditador Daniel Ortega buscará mais uma reeleição.
“As organizações de parentes de presos políticos e ex-reclusos apelam para a população nicaraguense para se juntar à greve eleitoral em 7 de novembro: ninguém sai para as JRV (Juntas Receptoras de Votos), todos podem denunciar este processo a partir de suas casas. É fraudulento, e seu resultado é ilegítimo”, declararam os familiares em um documento público.
A convocação foi feita pela Organização das Vítimas de Abril, o Movimento dos Presos Políticos da Nicarágua, o Grupo de Reféns Políticos Unidos e a União dos Presos e Prisioneiros Políticos da Nicarágua, que nasceram após as manifestações contra o governo Ortega em abril de 2018.
Os grupos argumentaram que no país da América Central não há condições para um processo eleitoral justo, livre e transparente. “O ditador a anulou, não há ninguém a quem votar. A presença de cidadãos nas JRV só legitimará o processo defeituoso, atormentado por crimes eleitorais”, afirmaram.
A “greve eleitoral” é uma proposta da Articulação dos Movimentos Sociais (AMS), que reúne mais de 60 organizações civis. É uma resposta ao que a organização chama de leis “restritivas”, o cancelamento do status legal de três partidos da oposição, o fechamento de veículos de comunicação críticos de Ortega e a prisão de 36 líderes da oposição e profissionais independentes, incluindo sete candidatos presidenciais da oposição.
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