• Carregando...
Palestino protesta contra decisão de Israel anunciada na sexta-feira | AFP PHOTO/JAAFAR ASHTIYEH
Palestino protesta contra decisão de Israel anunciada na sexta-feira| Foto: AFP PHOTO/JAAFAR ASHTIYEH

Paris e Londres estudam tomar represálias contra Israel para aprovar novas colônias no território palestino ocupado, informou nesta segunda-feira o jornal israelense "Haaretz", que assegura que as medidas poderiam incluir consultas dos embaixadores.

O periódico, que cita fontes diplomáticas de vários países europeus, informa que o anúncio israelense na sexta-feira, que seguiu ao reconhecimento da ONU à Palestina como estado observador, causou grande irritação em várias capitais da Europa, que nesta ocasião não se limitarão a condenar os fatos, mas tomarão medidas diplomáticas mais duras.

O problema se deve nem tanto à construção de novas casas para colonos judeus nos assentamentos mas, sobretudo, à decisão de realizar o projeto denominado E1, que pretende unir colônias em Jerusalém Oriental com a de Maale Adumin, o que impediria a continuidade territorial da Cisjordânia e tornaria inviável o estabelecimento de um Estado palestino.

A construção do projeto E1 é "uma linha vermelha" para França e Reino Unido, assegura o "Haaretz".

Além da ampliação de assentamentos, Israel anunciou neste domingo que confiscará US$ 460 milhões do dinheiro de impostos e tarifas que arrecada em nome da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e que é obrigado a transferir-lhe segundo os acordos de paz de Oslo.

Ban Ki-moon: expansão de colônias seria "golpe fatal" no acordo de paz

O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon condenou em nota, neste domingo (2), os planos de Israel de construir novas colônias em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. Segundo ele, a decisão "representaria um golpe quase fatal para as chances restantes de garantir uma solução de dois Estados".

O líder das Nações Unidas cobrou ainda a retomada as negociações e a intensificação de esforços no sentido de uma paz abrangente, justa e duradoura. Ele também solicitou que as partes se abstenham de ações provocativas.

Israel considerou a iniciativa palestina na ONU - aprovada com 138 votos a favor, 41 abstenções e 9 votos contrários - como um golpe contra as negociações de paz. Horas após a votação da ONU, Israel autorizou a construção de 3 mil novas casas.

A decisão do governo israelense foi alvo de críticas da comunidade internacional. Desde sexta-feira (30), ao menos cinco embaixadores de Alemanha, Holanda, França, Reino Unido e União Europeia protestaram oficialmente, instando o país a rever sua posição.

Segundo o "Haaretz", Alemanha e Holanda, que se abstiveram na votação, afirmaram que, se Israel continuar com as construções, não poderão apoiar suas políticas no âmbito da ONU. O premier foi alertado para o fato de que deve ouvir reclamações da chanceler federal Angela Merkel durante sua visita a Berlim na quinta-feira. O governo americano, tradicional aliado de Israel, considerou a medida um retrocesso. "O governo tem sido claro com Israel ao afirmar que estas atividades configuram um atraso na causa da paz negociada", disse na sexta-feira a secretária de Estado, Hillary Clinton.

Rússia considera 'ilegais' projetos de casas de Israel em colônias

A Rússia considerou nesta segunda-feira que os projetos de Israel de construir 3.000 novas casas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia são "ilegais", e pediu ao Estado hebreu que reconsidere sua decisão.

"A construção de colônias nos territórios palestinos ocupados por Israel em 1967, incluindo Jerusalém Oriental, é ilegal, não foi reconhecida pela Rússia e pela comunidade internacional", destacou o ministério russo das Relações Exteriores em um comunicado.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]