Multidão acompanha o funeral do general iraniano morto após ataque dos EUA.| Foto: Haidar Hamdani/AFP

O parlamento iraquiano decidiu neste domingo (5) que o governo do Iraque deve expulsar as tropas dos Estados Unidos que se encontram no país, informou a agência de notícias Al Jazeera. Dentro da sala do parlamento, os parlamentares gritaram: "América fora! Bagdá permanece livre!".

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Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque exigiram que os parlamentares iraquianos participassem neste domingo da sessão do parlamento para votar a expulsão. A morte do general Qasem Soleimani colocou o Iraque no centro de um conflito crescente entre seus dois aliados mais importantes, os EUA e o Irã. Atualmente há cerca de 5 mil soldados americanos em território iraquiano.

A presença de tropas americanas tem sido fundamental na derrota do Estado Islâmico, mesmo quando poderosas facções apoiadas pelo Irã passaram a dominar o governo iraquiano. Uma dessas milícias, o Kataib Hezbollah ameaçou os legisladores que não compareceram à sessão, chamando-os de "traidores".

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Uma importante autoridade do departamento de estado disse que os EUA estavam trabalhando com seus aliados iraquianos para impedir a votação, caracterizando o assassinato do general Qasem Soleimani como apoio à soberania do Iraque contra o Irã.

O ataque dos EUA em Bagdá que matou Soleimani, e um dos principais líderes paramilitares do Iraque, levantou a possibilidade de confronto direto entre os EUA e o Irã. Com seus dois principais aliados cada vez mais em desacordo, pesou sobre o governo iraquiano a decisão de continuar sendo parceiro do Ocidente ou acabar firmemente no campo iraniano.

O ataque dos EUA também colocou em dúvida a durabilidade da campanha liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico em um momento em que os militantes estão tentando se reagrupar no Iraque e na Síria depois de serem derrotados militarmente.

O Irã prometeu retaliar a morte do general Soleimani, aumentando o medo de conflitos mais amplos em toda a região, onde o comandante morto da ala estrangeira do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica cultivou uma rede de procuradores que poderiam ser ativados para atacar os interesses dos EUA.

"Dias e noites difíceis os aguardam", disse Yahya Rahim-Safavi, ex-comandante da Guarda Revolucionária e conselheiro do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, em um discurso citado pela televisão estatal. "Os americanos devem deixar a Ásia Ocidental [o Oriente Médio] em desgraça e derrota."

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