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Presidente da Bolívia, Evo Morales, votando para as primárias presidenciais em 27 de janeiro de 2019 | Distribuição/Presidência da Bolívia/AFP
Presidente da Bolívia, Evo Morales, votando para as primárias presidenciais em 27 de janeiro de 2019| Foto: Distribuição/Presidência da Bolívia/AFP

As eleições presidenciais da Bolívia devem ocorrer em outubro, mas neste domingo (27), pela primeira vez na história do país, foram realizadas eleições primárias como parte do processo eleitoral, dando a nove candidatos a luz verde para seguir na corrida presidencial. Isso inclui o presidente Evo Morales, que concorreu como único candidato do partido Movimento ao Socialismo (MAS), reforçando o caráter partidário do pleito em validar a campanha presidencial de Morales para um possível quarto mandato – algo que os bolivianos rejeitaram em um referendo organizado pelo governo em fevereiro de 2016.

O evento, entretanto, foi pior do que o esperado para o partido de Morales. Com um custo total de US$ 3,9 milhões segundo o Tribunal Eleitoral da Bolívia, as primárias registraram a participação de apenas 23,5% dos votantes inscritos para eleger seus candidatos à disputa presidencial de outubro – cerca de 400 mil entre os 1,7 milhões habilitados.  Ainda pior para Morales foi a abstenção dos militantes de seu partido. O MAS esperava pelo menos 50% de participação dos filiados, porém apenas 36,5% foram às urnas.

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Já os opositores comemoraram os 5% de participação de seus filiados. Alguns dias antes das primárias, Carlos Mesa, candidato à presidência que lidera as pesquisas de intenção de voto, havia pedido que as pessoas não fossem votar. 

A Constituição da Bolívia permite apenas uma reeleição para o mandato presidencial de cinco anos. Morales quis mudar esta condição e realizou um plebiscito em 21 de Fevereiro de 2016, no qual perguntou à população se estava de acordo em retirar o limite para a reeleição. A jogada acabou não dando certo, já que o “não” ganhou com mais de 51% dos votos.

Morales, entretanto, não desistiu de tentar o quarto mandato. Ele recorreu à Suprema Corte do país, composta majoritariamente por ministros alinhados ao seu governo, e, em 2017, conseguiu autorização para concorrer mais uma vez. Na época, a oposição havia classificado a decisão do tribunal como uma prova de que a justiça da Bolívia havia se tornado “um instrumento do MAS para deixar impune a corrupção, violar os direitos humanos e vulnerar a Constituição”, segundo afirmou o então vice-presidente do Democratas, Vladimir Peña. Em 5 de dezembro, a candidatura de Morales foi aprovada também pela justiça eleitoral da Bolívia.

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