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Em meio a denúncias de fraudes nas urnas, o partido Sonho Georgiano, comandado pelo bilionário Bidzina Ivanishvili, foi declarado vencedor nas eleições legislativas da Geórgia neste domingo (27). A vitória da sigla, próxima ao regime do ditador russo Vladimir Putin, é um duro golpe para a oposição, que pretendia se afastar politicamente do Kremlin e fortalecer a candidatura do país à União Europeia (UE), oficiliazada em 2022.
O embate caloroso entre grupos pró-Rússia e pró-Europa não ficou apenas na campanha, mas interferiu também no processo eleitoral que ocorreu durante todo o sábado (26). Um vídeo de uma urna sendo violada ganhou as redes, ao mostrar um militante político adicionando diversas cédulas de uma só vez em uma das urnas.
"Eu não aceito esta eleição. Não pode ser aceito, aceitá-lo seria aceitar a Rússia neste país, a aceitação da subordinação da Geórgia à Rússia", disparou Zourabichvil à mídia local, conclamando à população a uma grande manifestação nacional contra o resultado, na próxima segunda-feira (29). "Nós nos tornamos testemunhas e vítimas de uma operação especial da Rússia. Eles roubaram o nosso direito de escolha, eles realizaram a eleição russa", acrescentou a política eleita em 2018, então apoiada pelo partido Sonho Georgiano.
O Parlamento Europeu, por meio de representantes que acompanharam a eleição na Geórgia, reiterou que o processo eleitoral sofreu “grave manipulação”, com forte “desequilíbrio de condições entre os candidatos”, especialmente em zonas rurais do país.
Tina Bokuchava, líder do Movimento Nacional de União, principal partido de oposição a Bidzina Ivanishvili, afirmou que o “futuro europeu” do país foi “roubado” por Ivanishvili, oligarca e político que ganhou notoriedade ao fazer fortuna na Rússia nos anos 1990. “Não vamos aceitar esses resultados fraudados”, alertou.
Com 99% das urnas apuradas, o partido Sonho Georgiano, atual situação no legislativo, atingiu 54% dos votos, contra 38% conquistados pela oposição.