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O Partido Trabalhista britânico, que está no poder, suspendeu neste sábado o segundo congressista em um escândalo de despesas que prejudicou a reputação do Parlamento e espalhou indignação pública, após ele ter assumido milhares de libras de uma hipoteca que já havia pago.

No nono dia de desdobramentos baseados em alegações de políticos sobre um rombo nos gastos do Parlamento, o jornal Daily Telegraph afirmou que David Chaytor devolveria cerca de 13 mil libras (20 mil dólares) de dinheiro dos contribuintes.

Com dois parlamentares já suspensos e um ministro deixando o cargo devido à investigação sobre gastos, o Partido Trabalhista, do primeiro-ministro Gordon Brown, foi o mais atingido pelo escândalo, que aumentou ainda mais a insatisfação pública com uma legenda que está no poder há 12 anos.

Apesar das suspensões, o partido enfrenta críticas por não punir seus membros com a rapidez necessária, enquanto o Partido Conservador, de oposição, ganhou elogios por combater acusações internas.

Um porta-voz de Brown disse que Chaytor foi "suspenso... dos privilégios de membro parlamentar do Partido Trabalhista, à espera de maiores investigações do comissário parlamentar."

O jornal The Guardian informou que o congressista do Partido Trabalhista seria automaticamente excluído e proibido de participar da próxima eleição geral, em meados de 2010.

O diário, sem citar fontes, também afirmou que o premiê deu aos seus ministros até segunda-feira para assegurar que os gastos dos últimos cinco anos estarão registrados com as autoridades parlamentares.

A polícia afirmou que está considerando a possibilidade de lançar um inquérito criminal sobre o escândalo na próxima semana.

Revolta

O partido suspendeu na quinta-feira o ex-ministro da Agricultura, Elliot Morley, por ter tomado 16 mil libras por uma hipoteca que já estava paga.

Na sexta-feira, o ministro-adjunto da Justiça, Shahid Malik, tornou-se a principal perda devido ao escândalo, renunciando ao cargo após investigações de que pagou um aluguel por uma casa abaixo do preço de mercado, ferindo o código ministerial. Ele nega as acusações.

Os desdobramentos do Daily Telegraph envergonharam todos os principais partidos políticos em um período no qual milhares de pessoas estão perdendo suas casas devido à crise de crédito e muitas outras entram para as estatísticas do desemprego.

Um assessor do líder do Partido Conservador, David Cameron, renunciou aos seus benefícios nesta semana. Os políticos mais influentes da legenda começaram a divulgar seus gastos online em um esforço para restaurar a confiança pública.

Analistas prevêem uma revolta contra os grandes partidos e o crescimento de grupos marginais como o The Greens, o Partido da Independência do Reino Unido, que é contra a União Europeia, e possivelmente também a legenda de extrema-direita Partido Nacional Britânico, durante as eleições locais e europeias de 4 de junho.

Chaytor pediu desculpas em comunicado ao Daily Telegraph. "A respeito dos pagamentos de hipotecas, houve um erro imperdoável em meus procedimentos contábeis, pelo qual eu peço francas desculpas", afirmou.

Os 646 legisladores britânicos recebem um salário anual de quase 65 mil libras e reivindicaram 93 milhões de libras em gastos no ano passado, uma média de 144 mil para cada um.

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