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Cabos eleitorais buscam convencer os eleitores indecisos em Israel, próximo de Ashkelon: Benjamin Netanyahu segue com vantagem sobre a ministra Tzipi Lvini | Damir Sagolj / Reuters
Cabos eleitorais buscam convencer os eleitores indecisos em Israel, próximo de Ashkelon: Benjamin Netanyahu segue com vantagem sobre a ministra Tzipi Lvini| Foto: Damir Sagolj / Reuters
  • Soldada israelense vota antecipadamente na base de Golan: disputa crucial pelo processo de paz no Oriente Médio

Os candidatos israelenses se mobilizavam para convencer os eleitores indecisos nesta segunda-feira (9), véspera de uma disputada eleição parlamentar no país. A corrida eleitoral tem sido dominada pela ascensão do partido ultranacionalista Likud, de direita.

O centrista Kadima e o Likud corriam para buscar os últimos votos. As pesquisas mostravam uma disputa acirrada, na disputa crucial para o futuro do processo de paz no Oriente Médio.

Porém Avigdor Lieberman, que construiu sua reputação com duros ataques contra os árabes-israelenses, aparecia bem nas pesquisas. Com isso, pode se tornar o fiel da balança, caso seu partido seja confirmado como o terceiro mais forte no Parlamento.

As últimas pesquisas de opinião publicadas antes das eleições desta terça-feira mostravam o governista Kadima diminuindo a vantagem do Likud para apenas algumas cadeiras. Nas pesquisas anteriores a situação aparecia em situação pior.

O número de indecisos era recorde, de 20% do total de eleitores. As pesquisas de opinião davam à facção do ex-premiê linha-dura Benjamin Netanyahu entre 25 e 27 assentos no Parlamento. O Kadima aparecia com entre 23 e 25 cadeiras.

"É possível alcançar a vitória", disse a ministra de Relações Exteriores e líder do Kadima, Tzipi Livni. A ministra tenta se tornar a segunda mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra em Israel, após Golda Meir fazê-lo, nos anos 1970.

"Se o Kadima conseguir apenas um mandato a mais que o Likud, nós seremos capazes de formar uma coalizão governista pois somos um partido centrista que pode agregar a direita e a esquerda", afirmou Tzipi à rádio pública.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse durante vista a Varsóvia, na Polônia, que está pronto para cooperar com qualquer governo israelense. O processo de paz, porém, está estagnado desde o fim da operação militar de Israel na Faixa de Gaza contra os militantes do grupo palestino Hamas.

No complexo sistema político israelense, a pessoa que o presidente encarregará de formar a coalizão não é automaticamente a que tiver mais votos. O escolhido deve ser o que tem a maior chance de assegurar pelo menos 61 cadeiras, em um Parlamento de 120 membros.

Tzipi Livni espera que um bom desempenho nas urnas leve os partidos menores a apoiá-la e não se unirem a Netanyahu. Porém o linha-dura parece mais capaz de conseguir apoio para uma coalizão.

A mídia local diz que Netanyahu está preocupado com a perda de espaço na reta final, o que poderia se traduzir em um governo instável e breve. Com isso, o candidato procurou enfatizar suas credenciais de defensor de uma política linha-dura no quesito segurança.

Netanyahu visitou as Colinas de Golan nesta segunda-feira, afirmando que nunca cederá o território que Israel capturou da Síria na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexou em 1981. "Qualquer um que me queira como primeiro-ministro deve votar no Likud. Do contrário, ele terá Livni e o Kadima no poder", afirmou.

A meteorologia prevê fortes chuvas e vendavais na terça-feira, no que deve ser o pior clima para um dia de eleição nos 60 anos desse país. Com isso, o comparecimento pode ser o menor na história israelense.

Já Lieberman se mostrava contente com as pesquisas de opinião mostrando que o Yisrael Beitenu deve ultrapassar o veterano Partido Trabalhista como a terceira força do país, relegando os trabalhistas a seu pior posto na história da política israelense

O apoio a Lieberman cresceu muito nas últimas semanas, durante a violência em Gaza. Suas declarações duras contra os árabes-israelenses e o Hamas ganharam espaço entre os eleitores preocupados com a segurança e descontentes com a classe política tradicional.

Votação

Para o sufrágio, 9.263 sessões eleitorais estarão abertas entre 7h e 22h. No total, 5.278.985 israelenses estão habilitados a votar. Nas eleições de 2006, o comparecimento às urnas foi de 62% dos eleitores, o mais baixo na história de Israel.

Netanyahu, de 59 anos, promete expandir os assentamentos judaicos na Cisjordânia e diz que um acordo de paz com os palestinos é impossível no momento. Ele argumenta que Israel deveria, por enquanto, tentar fortalecer a economia palestina, enquanto a ocupação militar dos territórios palestinos continuará indefinidamente. Ele prometeu derrubar o grupo islâmico Hamas do poder na Faixa de Gaza. Apesar de ser da linha-dura, ele é visto em Israel como tendo demonstrado algum pragmatismo quando foi primeiro-ministro, entre 1996 e 1999. Netanyahu viveu nos EUA quando criança, mas a política do Likud poderá colocar o governo israelense em rota de choque com a nova administração do presidente americano Barack Obama.

Livni, de 50 anos, é chanceler do atual governo e supervisionou anos de negociações de paz com os palestinos moderados, que trouxeram pouco progresso. Livni tem se apresentado como uma pessoa capaz de chegar a um acordo de paz definitivo com os palestinos moderados, enquanto defende a linha-dura contra o Hamas. Quando jovem, ela trabalhou para o Mossad, serviço de espionagem de Israel, e depois como advogada. Livni foi eleita para chefiar o Kadima em setembro do ano passado, substituindo o primeiro-ministro Ehud Olmert no comando do partido. Olmert pediu renúncia em seguida a casos de corrupção e permanece como interino no cargo de premiê. Se Livni vencer, será a segunda mulher a governar Israel. A primeira foi Golda Meir, que comandou o país entre 1969 e 1974. As informações são da Associated Press e Dow Jones.

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