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O navio soçobrado na costa da Ilha de Giglio, cujos passageiros terão acordo considerado “histórico” pela Adoc, uma organização italiana de consumidores | Darrin Zammit Lupi/Reuters
O navio soçobrado na costa da Ilha de Giglio, cujos passageiros terão acordo considerado “histórico” pela Adoc, uma organização italiana de consumidores| Foto: Darrin Zammit Lupi/Reuters

Retiro espiritual

Padre mentiu para viajar no Costa Concordia

Um padre italiano que disse a seus fiéis que iria fazer uma semana de retiro espiritual foi descoberto entre os sobreviventes do naufrágio do cruzeiro Costa Concordia, segundo uma mensagem divulgada por sua sobrinha em uma rede social.

O padre, Massimo Donghi, havia comunicado aos fiéis de sua paróquia em Besana Brianza, na região de Lombardia, que iria meditar por alguns dias, mas na realidade embarcou com sua mãe e sua sobrinha no Costa Concordia, informou ontem o jornal Corriere della Sera.

O paradeiro real do religioso foi revelado horas depois da tragédia pela jovem, que logo após chegar em terra escreveu uma mensagem no Facebook dizendo que sua avó, seu tio e ela estavam a salvo.

A sobrinha do padre explicou que a família conseguiu se salvar subindo em um bote salva-vidas que os levou até a Ilha de Giglio, como fizeram tantos outros sobreviventes.

Os fiéis da paróquia ficaram muito surpresos com a notícia e agora pedem explicações ao padre sobre a mentira.

EFE

Os passageiros do navio Costa Concordia, naufragado em 13 de janeiro perto da Ilha de Giglio, receberão cada um uma indenização de 11 mil euros (R$ 25,2 mil) e mais 3 mil euros (R$ 6,9 mil) para cobrir despesas, indicou ontem um comunicado da empresa Cos­­ta Cruzeiros e do Comitê de Náu­­fragos.

"O acordo diz respeito a 3 mil passageiros de 60 países, entre eles 900 italianos. Estimamos que 85% deles vão aderir ao acordo", afirmou um comunicado da Adoc, uma organização italiana de consumidores que integra o Comitê de Náufragos do Concordia, negociador do acordo com a empresa Costa Cruzeiros.

Além da indenização de 11 mil euros por passageiros, incluindo as crianças que viajavam de graça, o acordo prevê o reembolso de 3 mil euros por pessoa para cobrir o preço da passagem do cruzeiro e os eventuais gastos de transporte ou médicos.

Os náufragos que ficaram feridos e as famílias dos passageiros que morreram não farão parte deste acordo, e serão realizadas negociações individuais sobre o assunto.

"É um acordo histórico, que põe o ponto final em um episódio dramático. Uma ação resolvida fora dos tribunais e que dá um ressarcimento também pelo estresse sofrido e por férias completamente estragadas", disse o presidente da Adoc, Carlo Pileri.

Pileri afirmou que foram levados em consideração o código de turismo italiano e outras normativas internacionais, já que no cruzeiro naufragado havia passageiros de várias nacionalidades.

Acordo

A Costa Cruzeiros divulgará o acor­­do em vários idiomas para que todos os passageiros possam aderir. A companhia se compromete ainda a liquidar o ressarcimento uma semana depois que o passageiro aceitar a oferta.

A companhia emitiu também um comunicado desmentindo al­­gumas informações divulgadas nos últimos dias sobre o oferecimento de descontos para via­­jar em novos cruzeiros aos passageiros envolvidos no nau­­frágio.

Já a Associação de Consu­­mi­­dores italiana Codacons convidou os passageiros a não aceitar a oferta que considerou uma "esmola". A associação anunciou em seu site que co­­meçará de Miami, com a colaboração de dois escritórios ame­­ricanos, uma ação legal coletiva para pedir à Costa Cruzeiros uma indenização de 125 mil euros por passageiro.

Naufrágio

O navio naufragou no dia 13, próximo à Ilha de Giglio, na costa da Itália, após colidir com uma rocha, com mais de 4,2 mil pessoas a bordo, durante uma manobra supostamente não autorizada realizada pelo comandante Francesco Schet­­tino. Até o momento, 16 corpos foram encontrados e cerca de 20 pessoas continuam desaparecidas.

Schettino se encontra atualmente prisão domiciliar, e deve responder por homicídio múltiplo, abandono de navio e naufrágio, acusações que po­­dem significar uma sentença de 12 anos de prisão.

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