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Beirute – Soldados israelenses começam a deixar o Líbano. Refugiados voltam para cidades libanesas destruídas pela ofensiva israelense. Beirute escala 15 mil soldados para manter a segurança no sul do país, com apoio de tropa das Nações Unidos. O quadro aponta para o fim do conflito que matou mais de 1.300 pessoas no Oriente Médio (90% libaneses), mas as principais questões que deram origem ao confronto não foram resolvidas.

Os dois soldados israelenses seqüestrados pelo Hezbollah dia 12 de julho ainda não foram libertados. O episódio deflagrou a invasão israelense ao Líbano, e continua sendo fonte de tensão.

O objetivo da operação israelense também não foi plenamente atingido. Israel pretendia criar uma zona de segurança na fronteira e desarmar o Hezbollah. As próprias forças israelenses orientam a população libanesa a não voltar para o sul, numa demonstração de que a região continua em risco. Os folhetos de aviso que caem dos aviões israelenses são prova de que ainda há chance de o Hezbollah continuar lançando foguetes.

Os primeiros soldados do Exército do Líbano começam a chegar ao sul do país amanhã. Israel começou ontem a se retirar, mas só deve concluir essa operação daqui dez dias, se não houver nenhum imprevisto.

Hoje, Israel deverá entregar o controle de algumas posições à Unifil – força com 2 mil homens que as Nações Unidas mantêm no Líbano. As Nações Unidas pretendem enviar mais 3 mil soldados à região em dez dias, e outros 10 mil nas semanas seguintes.

Ontem, a violência fez eco. Soldados israelenses atiraram em cinco militantes do Hezbollah que se aproximaram de sua unidade em duas aldeias. Não há notícia de mortes. O grupo divulga que, durante todo o conflito, nenhum integrante da alta liderança foi morto. "Ninguém na posição de liderança foi martirizado", diz Naim Kassem, vice-líder do Hezbollah.

"O Hezbollah não se deixa usar por ninguém. É ele que tem usado a Síria e o Irã para liberar território libanês", disse ontem o ministro das Relações Exteriores do Líbano, o xiita Fawzi Salloukh, um dos três ministros do partido no governo.

Enquanto os libaneses voltavam desolados, por causa da destruição de pontes, estradas e construções; os israelenses mostravam-se temerosos com a possibilidade de novos ataques do Hezbollah a regiões como a de Kiryat Shmona. A cidade foi alvo de 1,1 mil foguetes Katiushas, de um total aproximado de 3,9 mil lançado pelos xiitas. O prédio mais alto da cidade foi atingido. Cerca de 80% dos 25 mil moradores fugiram durante a guerra.

Os grupos de ajuda humanitária, no entanto, concentram-se no Líbano, onde o drama atinge quase um milhão de pessoas. Cerca de 6 mil pessoas por hora chegam ao sul, segundo estimativa das Nações Unidas, apesar dos alertas israelenses para que a região não seja reocupada. Em muitos povoados, falta até água e alimento.

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