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Pedro Castillo, presidente eleito do Peru, 19 de julho
Pedro Castillo, presidente eleito do Peru, 19 de julho| Foto: EFE/ Paolo Aguilar

O candidato de esquerda Pedro Castillo foi proclamado presidente eleito do Peru nesta segunda-feira, um mês e meio após vencer o segundo turno das eleições contra a política de direita Keiko Fujimori, que protocolou mais de mil pedidos de impugnação do resultado alegando supostas fraudes.

Após declarar infundados os últimos recursos jurídicos apresentados por Keiko, o Júri Nacional de Eleições (JNE), principal órgão eleitoral do país, endossou os resultados do segundo turno do pleito presidencial, realizado em 6 de junho. Em sessão plenária realizada por videoconferência, o JNE também proclamou Dina Boluarte como vice-presidente.

Castillo, do partido Peru Livre, obteve 50,12% dos votos válidos e uma margem de apenas 44.263 votos sobre a filha do ex-mandatário Alberto Fujimori e líder do partido Força Popular.

A proclamação de Castillo ocorreu oito dias antes da transição presidencial, marcada para 28 de julho, quando o país vai comemorar 200 anos de independência. Francisco Sagasti, atual presidente interino, entregará então a faixa ao político esquerdista e professor na região andina de Cajamarca.

Ao contrário de seus antecessores, Castillo começará seu mandato com apenas uma vice-presidente, pois Vladimir Cerrón, líder e fundador do partido marxista Peru Livre, foi invalidado como membro da chapa porque tem uma firme condenação por corrupção, decorrente de seu tempo como governador da região andina de Junín.

Keiko considera proclamação "ilegítima"

Antes da proclamação, Keiko Fujimori fez um pronunciamento no qual anunciou que respeitará a proclamação do JNE, embora a tenha considerado "ilegítima", por considerar que houve fraude no dia da eleição.

As evidências de irregularidades apresentadas por Keiko e seus aliados, no entanto, foram rechaçadas pela justiça eleitoral do país. No caso das denúncias com base em supostas assinaturas falsificadas, por exemplo, as pessoas vinculadas a essas assinaturas confirmaram publicamente que foram as autoras delas e que não houve falsificação.

Nas eleições, Keiko Fujimori concorreu enquanto enfrentava uma condenação por mais de 30 anos de prisão por suposta lavagem de dinheiro no financiamento irregular de suas campanhas eleitorais anteriores.

Castillo assumirá a presidência para o período 2021-2026 com um discurso profundamente reformista que inclui o projeto de uma nova Constituição, por considerar que a atual, nascida no "autogoverno" de Fujimori em 1992, promoveu uma economia neoliberal cujo progresso econômico não resolveu as profundas desigualdades no país.

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