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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, usou uma visita à Rússia na quinta-feira para criticar o "imperialismo" norte-americano, mas seus anfitriões o mantiveram sob controle para evitar prejuízos à visita que o presidente Vladimir Putin faz no fim de semana aos Estados Unidos.

Num discurso que durou mais de uma hora durante uma recepção em Moscou, Chávez citou as obras do revolucionário bolchevique Vladimir Lênin e agradeceu Putin por demonstrar solidariedade com a Venezuela em seus atritos com os EUA.

Mas Putin viaja no domingo para os EUA, onde terá uma reunião informal com George W. Bush na casa de veraneio da família do presidente norte-americano em Maine.

Num sinal de que o Kremlin busca esconder a visita de Chávez, o Parlamento cancelou um convite anterior para que o presidente venezuelano discursasse no plenário na sexta-feira, transferindo o pronunciamento para um saguão menor.

Putin deve encontrar Chávez durante os três dias de visita, mas uma fonte do Kremlin disse que o foco serão as relações econômicas, e não a política - empresas russas estão investindo no setor energético venezuelano, e Chávez é um grande comprador de armas russas.

"Parece que o Kremlin decidiu não irritar a Casa Branca na véspera do encontro entre os presidentes norte-americano e russo", disse o jornal Kommersant.

A Rússia também tem seus atritos com Washington, em especial devido aos planos dos EUA de instalar um escudo antimísseis no Leste Europeu, mas Putin disse ainda considerar Bush como um parceiro e amigo.

Chávez, que acusa os EUA de tramar sua derrubada, já chamou Bush de "diabo" durante um discurso na Organização das Nações Unidas (ONU) e sempre busca alianças com outros países incomodados com a influência de Washington.

Falando na inauguração de um centro cultural latino-americano em Moscou, Chávez disse que Rússia e Venezuela estão do mesmo lado. "Nós, como vocês, estamos lutando por um mundo justo, baseado no respeito por todos os povos. O imperialismo norte-americano está destruindo povos, prejudicando seus valores culturais tradicionais", afirmou.

"Quero lembrar a obra de Lênin, 'Que Fazer?', na qual ele descrevia o imperialismo como o último estágio do capitalismo. O mundo está voltando a essa idéia."

Chávez disse que, em seu último encontro com o amigo e aliado cubano Fidel Castro, os dois fizeram um brinde a Putin por um discurso proferido em fevereiro, em Munique, no qual o presidente russo criticou Washington por tentar impor sua vontade ao mundo.

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