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Pequim – Até 2020 o metrô de Pequim deve superar o de Londres como a maior rede em extensão do mundo, graças à proposta submetida ao governo por planejadores urbanos. Na tentativa de reduzir os terríveis congestionamentos de tráfico e a poluição que infesta a capital chinesa, os urbanistas defendem uma expansão metroviária que praticamente multiplicará por cinco a extensão somada das vias atualmente em serviço, de 115 quilômetros.

Os planos dependem do aval do governo, que nos últimos anos deu prioridade a outro tipo de obra subterrânea: a manutenção dos abrigos nucleares e dos túneis instalados para ajudar a população da capital a enfrentar ataques atômicos.

As quatro linhas do metrô de Pequim transportam, diariamente, 1,5 milhão de passageiros. Em Londres há 11 linhas transportando 3 milhões de pessoas por dia.

Aplicando parte dos recursos de seu invejável crescimento econômico, a capital chinesa já começou a trabalhar em mais três linhas que, juntas, vão adicionar 95 quilômetros ao sistema. A obra deve ser concluída a tempo de atender os visitantes que estarão no país para as Olimpíadas de 2008.

De acordo com o China Daily, jornal de língua inglesa que circula no país, os urbanistas esperam em ter, em 2020, uma rede de 558 quilômetros, 160 a mais do que a malha da capital britânica tem hoje.

O Instituto Municipal de Planejamento e Paisagismo Urbano de Pequim considera que seis novas linhas de metrô vão desafogar os congestionamentos decorrentes do aumento da frota de veículos particulares em circulação na cidade, que dobrou em apenas cinco anos.

Para os técnicos em transporte as vantagens vão além, já que o sistema metroviário é mais seguro e, a longo prazo, mais barato. "É mais dispendioso e tecnicamente mais difícil construir túneis rodoviários em vez de linhas de metrô", diz Duan Liren, chefe do Instituto de Controle do Tráfego de Pequim.

Herança de Mao

Para completar, a ampliação metroviária poderia ficar ainda mais barata se as autoridades liberassem o uso da misteriosa cidade subterrânea que se esconde sob a Pequim visível.

Os subterrâneos de Pequim foram construídos de 1969 a 1979, por ordem de Mao Tsé-tung, para abrigar milhões de pessoas em caso de ataques químicos ou nucleares. Sabe-se muito pouco sobre o assunto, mas guias turísticos que trabalham na pequena parte dos túneis aberta ao público dizem que as ramificações se estendem até as Muralhas da China e incluem espaço para clínicas médicas, escolas, teatros, cabeleireiros e lojas.

Tradução: Sandra Gonçalves

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