O Peru rejeitou "a nova intromissão" do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em assuntos internos do país no sábado, um dia depois de o líder venezuelano ter expressado dúvidas sobre as eleições peruanas e criticado o presidente eleito Alan García.

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Chávez, inimigo declarado de Washington, criticou na sexta-feira a relação de García com os Estados Unidos e disse que, na sua opinião, o verdadeiro vencedor das eleições peruanas foi o nacionalista Ollanta Humala, a quem ele deu seu apoio.

- O governo do Peru condena e rejeita energicamente a nova intromissão do senhor Hugo Chávez, presidente da Venezuela, nos assuntos internos do país mediante ofensas ao presidente, Alejandro Toledo, e ao presidente eleito, Alan García - disse a chancelaria peruana por meio de um comunicado.

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Lima e Caracas passam por uma crise diplomática desde que Chávez anunciou seu apoio a um dos candidatos à Presidência peruana. A situação se agravou com a guerra verbal que o presidente venezuelano e García mantêm.

Em abril, Peru e Venezuela retiraram seus respectivos embaixadores depois de uma troca de insultos entre ambos.

A chancelaria peruana afirmou, no comunicado, que a eleição de 4 de abril foi "impecável" e lembrou que missões de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da União Européia verificaram a transparência do processo.

Chávez condicionou a normalização das relações entre Lima e Caracas a um pedido de desculpas de García pelas ofensas, mas o presidente eleito peruano descartou essa possibilidade e mantém suas críticas.

Chávez também acusou García de tentar colocá-lo contra outros presidentes da região, como Luiz Inácio Lula da Silva; Evo Morales (Bolívia), Néstor Kirchner (Argentina) e Michelle Bachelet, do Chile. García, que assume a Presidência no dia 28 de julho, viajou na quinta-feira a Santiago para estreitar laços comerciais com o Chile. Antes, passou pelo Brasil, com quem busca uma aliança estratégica. O presidente eleito também anunciou uma visita à Colômbia para atender a um convite do presidente Alvaro Uribe.

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