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Presidentes do Peru (esquerda) e Equador discutiram o armamentismo na América do Sul e defenderam a paz na região | Reuters
Presidentes do Peru (esquerda) e Equador discutiram o armamentismo na América do Sul e defenderam a paz na região| Foto: Reuters

Os presidentes de Equador e Peru reafirmaram nesta quinta-feira o compromisso por uma maior integração e rechaçaram o armamentismo na América do Sul. O encontro foi celebrado quase uma década depois de um acordo de paz que selou anos de conflitos fronteiriços entre os dois países.

O líder peruano, Alan García, pediu ao colega equatoriano Rafael Correa apoio à sua proposta de reduzir as compras de armas no continente e destinar melhor os recursos à luta contra a pobreza, iniciativa que Lima apresentará em uma viagem por vários países da região.

Essa é a terceira vez que García e Correa se reúnem nesse tipo de cúpula presidencial, buscando avançar em um programa de ações coordenadas para a luta contra a pobreza na fronteira entre os dois países.

Peru e Equador assinaram em outubro de 1998 um acordo depois de uma guerra rápida em 1995 por um desacordo nas fronteiras, conflito que deixou dezenas de mortos e feridos.

"Hoje os dois países desfrutam de seu melhor momento nas relações bilaterais; avançamos com energia, com decisão, com eficiência para recuperar o tempo perdido", disse Correa em um breve discurso ao chegar ao aeroporto de Piura, cerca de mil quilômetros ao norte de Lima.

Os dois governantes chegaram separados ao terminal aéreo e se dirigiram para um hotel na cidade para uma reunião a portas fechadas com seus respectivos gabinetes de ministros.

"Sinto alegria em estar nesta terra tão querida onde, oxalá em uma história que nunca mais se repita, estivemos tão perto e tão longe ao mesmo tempo em décadas passadas", disse Correa, alinhado ao socialismo que prega o mandatário da Venezuela, Hugo Chávez.

Peru e Equador entraram em confronto militar outras duas vezes no passado, em 1941 e 1981.

Contra o armamentismo

Desde a assinatura do acordo de paz no Brasil há mais de uma década, as relações de Peru e Equador melhoraram e o intercâmbio aumentou quase nove vezes, para cerca de 2,5 bilhões de dólares.

Os governos de Lima e Quito investiram cerca de 2,5 bilhões de dólares em estradas, pontes e obras de infraestrutura nas regiões fronteiriças entre os países.

García pediu a Correa apoio à sua proposta de um pacto de não agressão na região.

"Sonho com uma América do Sul livre de conflitos e de armas", disse.

Correa também se mostrou contrário a elevar as compras de armas ao ressaltar que o compromisso andino de integração é "pela paz e o rechaço ao armamentismo".

Nos últimos meses, o tema de segurança acirrou os ânimos no continente em meio a um polêmico plano entre Colômbia e Estados Unidos para que soldados norte-americanos utilizem sete bases militares colombianas.

O presidente Chávez, um crítico severo das políticas de Washington, disse que o plano dos Estados Unidos e da Colômbia "vai semear ventos da guerra" na região.

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