Vendedora ambulante em Caracas: 51,9% dos lares venezuelanos estavam em 2023 em situação caracterizada por baixa renda, falta de serviços básicos e deterioração da educação, entre outros aspectos| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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Em 2023, 51,9% dos lares venezuelanos estavam em situação de “pobreza multidimensional”, caracterizada por baixa renda, falta de serviços básicos e deterioração da educação, entre outros aspectos, segundo a Pesquisa de Condições de Vida (Encovi), cujos resultados foram apresentados nesta quarta-feira (13) em Caracas.

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Ainda segundo a pesquisa, cerca de 3 milhões de venezuelanos ficaram até um dia inteiro sem comer em 2023 por não terem dinheiro para comprar comida, o que corresponde a 12,2% da população.

O pesquisador Luis Pedro España, membro da equipe que aplicou a pesquisa em dez regiões do país, explicou que a pobreza “se estabilizou” em 2023, aumentando apenas 1,4% em relação a 2022, quando o indicador melhorou 15 pontos percentuais.

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“Com essa média, há muito espaço para melhorias na meta de atingir pelo menos 35% de pobreza, a porcentagem estrutural com que o país tradicionalmente trabalha”, acrescentou.

A atividade com mais pessoas na pobreza é a agricultura, já que 73,4% dos venezuelanos que cultivam a terra não conseguem cobrir suas necessidades básicas. Já 69,9% dos que trabalham com finanças são “não pobres”, de acordo com o relatório, preparado pela Universidade Católica Andrés Bello (UCAB).

Entre os mecanismos mais comuns com os quais as pessoas contam para atenuar a pobreza estão os bônus que a ditadura chavista concede a cerca de 80% das famílias, de acordo com a Encovi.

Em média, esses bônus valem cerca de US$ 11 e são recebidos a cada 15 dias por 24% dos beneficiários. Outros 44,1% os recebem uma vez por mês e o restante o faz de forma mais esporádica, de acordo com o documento.

Milhões de aposentados e trabalhadores recebem um salário mínimo de 130 bolívares, equivalente a US$ 3,58, o que faz com que essas pessoas, apesar dos bônus que recebem, não consigam cobrir despesas primárias, como alimentação e saúde.

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A ditadura de Nicolás Maduro, que não publicou a taxa de pobreza para 2023, lançou recentemente um programa social para combater a desigualdade e a miséria, que inclui a distribuição de mais bônus por meio de um sistema digital.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]