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Thomas A. Steitz | Lucas Jackson/Reuters
Thomas A. Steitz| Foto: Lucas Jackson/Reuters

Nobel de Literatura

Em apostas, israelense é o mais cotado

Agência Estado, em São Paulo

Londres - O novo ganhador do Prêmio Nobel de literatura será anunciado hoje, às 7 horas (horário de Brasília). Como ocorre em todos os anos, a bolsa de apostas de Londres já divulga seus favoritos e o israelense Amós Oz lidera os prognósticos, cotado em 3/1 – embora ele também fosse o mais votado no ano passado, quando o escolhido foi o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio. Junto dele desponta a teuto-romena Herta Müller, quase com a mesma cotação. Em seguida, aparece a americana Joyce Carol Oates, cotada em 5/1. E dois veteranos na disputa: os americanos Philip Roth (5/1) e Thomas Pynchon (7/1). Para concorrer ao Nobel, o candidato não se credencia: é preciso ser indicado por uma comissão de seu país.

  • Venkatraman Ramakrishnan
  • Ada E. Yonath
  • Entenda a descoberta premiada pelo Nobel

Estocolmo - Os norte-americanos Venka­traman Ramakrishnan e Thomas Steitz e a israelense Ada Yonath ganharam o Prêmio Nobel de Química, anunciado ontem em Estocolmo. A distinção premiou pesquisas sobre a estrutura e o funcionamento dos ribossomos, que abriram caminho para a produção de novos antibióticos.

A Real Academia de Ciências da Suécia afirmou que o trabalho do trio foi fundamental na compreensão científica da vida e ajudou pesquisadores a desenvolverem curas com antibióticos para várias doenças.

Muitos dos antibióticos atuais curam as doenças ao bloquear a função dos ribossomos das bactérias, diz o comunicado da academia. "Sem ribossomos em funcionamento, a bactéria não pode sobreviver. É por isso que os ri­­bossomos são um alvo importante dos novos antibióticos", explica o documento.

O trabalho foi publicado no ano 2000. Enquanto muitos vencedores do Nobel são agraciados por trabalhos conjuntos, os vencedores do prêmio de química deste ano estavam competindo uns com os outros, disse Mans Ehrenberg, integrante do comitê que escolhe os laureados.

Parceria

Ramakrishnan, de 57 anos, é o principal cientista e o líder do grupo da Divisão de Estudos Es­­truturais do Laboratório de Bio­­logia Molecular em Cambridge, Inglaterra. O cientista, nascido na Índia, disse que não se acreditou quando recebeu a chamada telefônica da academia.

"Eu pensei que fosse uma piada. Tenho amigos que fazem esse tipo de piada", contou ele por te­­lefone. "Eu cumprimentei a pessoa que me ligou por seu sotaque sueco."

Steitz, de 69 anos, é professor de biofísica molecular e bioquímica na Universidade de Yale e pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes. "Bem, estávamos todos tentando chegar ao mesmo objetivo de forma independente e queríamos alcançá-lo o mais rápido possível. Eu não acho que foi uma competição pes­­soal, mas uma espécie de corrida", disse ele. "Estávamos fazendo abordagens diferentes."

Ada, de 70 anos, é professora de biologia estrutural do Instituto de Ciência Weizmann em Re­­ho­­vot, Israel. Ela se tornou a quarta mulher a levar o Nobel de Quí­­mica e o nono cidadão israelense a ganhar um Nobel. A pesquisadora disse a uma rádio de Israel que não acha que o fato de ser mulher tenha influenciado a de­­cisão.

"É verdade que uma mulher não ganha o prêmio desde 1964. Mas eu não sei o que isso significa. Isso quer dizer que sou a me­­lhor mulher desde então? Eu não acho que o sexo tenha influenciado", declarou.

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Os premiados

Apesar do trabalho em conjunto, os três laureados com o Prêmio Nobel de Química nasceram em países diferentes.

Thomas A. Steitz

Nasceu em Milwaukee, estado de Wisconsin, nos EUA, em 1940, e é professor de Bioquímica e Biofísica Molecular e investigador do Instituto Médico Howard Hughes da Universidade Yale. Ele se graduou em Química na Faculdade Lawrence em 1962, e se doutorou em Biologia Molecular e Bioquímica em Harvard. Após um ano de pós-doutorado em Harvard, trabalhou no Laboratório de Biologia Molecular em Cambridge, antes de entrar para a Universidade Yale. Sua pesquisa está voltada para o uso da cristalografia por raios X da proteína e do ácido nucleico para estabelecer a base estrutural dos mecanismos enzimáticos e das interações entre proteína e ácido nucleico na célula.

Venkatraman Ramakrishnan

Nasceu em 1952, em Chidam­baram, na Índia, e atualmente é cidadão dos EUA. Formou-se em Física em 1976 na Universidade de Ohio, e desde 1999 é cientista-sênior e chefe de grupo da Divisão de Estudos Estruturais do Labo­­ratório MRC de Biologia Molecular, da Universidade Cambridge, e pes­­quisador do Trinity College, tam­­bém em Cambridge. O estudo de Ramakrishnan sobre as estruturas cristalizadas da pequena subunidade do ribossomo foram cruciais para a compreensão de como o ribossomo obtém sua precisão. Ele identificou algo que pode ser descrito como uma régua molecular. Usando a régua duas vezes, o ribossomo confere se está tudo correto.

Ada E. Yonath

Nasceu em Jerusalém, em junho de 1939, e se formou em Química pela Universidade Hebraica de Jeru­­salém, para em seguida fazer mestrado em Biofísica. Concluiu seu doutorado com distinção no Instituto Weizmann de Ciências, e depois se especializou no exterior em cristalografia biológica. Ao voltar para Israel, fundou seu próprio laboratório voltado para essa especialidade. Ela leciona desde 1988 no Instituto Weizmann, onde ocupa a cátedra Kimmel. Dirige desde 1989 o Centro Kim­­melman para a Estrutura e Montagem Biomolecular. Entre 1986 e 2004 foi também diretora de pesquisas do Instituto Max Planck, em Hamburgo. Recebeu diversos prêmios por seu trabalho.

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