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Mitt Romney visitou o Muro das Lamentações e reforçou o tradicional apoio dos EUA a Israel em seu possível governo | Menahem Kahana/AFP
Mitt Romney visitou o Muro das Lamentações e reforçou o tradicional apoio dos EUA a Israel em seu possível governo| Foto: Menahem Kahana/AFP

Diplomacia

Republicano sinaliza que apoiaria ataque de Israel ao Irã

Agência Estado

Em viagem à Terra Santa, Mitt Romney deu a entender que respeitaria a decisão de Israel de realizar um ataque unilateral contra o Irã para evitar que Teerã construa armas nucleares. Ontem, ele demonstrou uma postura agressiva sobre a proteção de Israel contra as ameaças nucleares do Irã. Ele sugeriu que está aberto a romper com política dos Estados Unidos de 1967, mudando a embaixada do país de Tel Aviv para Jerusalém, caso os israelenses pedissem – o que indicaria que os EUA reconhecem a cidade como israelense, e não território dividido com palestinos.

Romney disse que tem uma política de "tolerância zero" em relação à obtenção de armas nucleares pelo Irã. "Se Israel tiver que agir por conta própria para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares, Romney respeitaria essa decisão", disse o conselheiro de política internacional Dan Senor.

A cem dias da eleição presidencial nos Estados Unidos, o presidente democrata Barack Obama e seu rival republicano, Mitt Romney, aparecem empatados em pesquisas no momento em que as campanhas vão ficando mais agressivas, com ataques e novas propagandas praticamente todos os dias.

Antes das eleições de 6 de novembro, a atenção da mídia estará concentrada na escolha do companheiro de chapa de Romney, nas convenções dos partidos entre o fim de agosto e o início de setembro e nos três debates televisivos entre os candidatos, que acontecerão em outubro.

Segundo David Axelrod, principal estrategista político de Obama, o dia de ontem representou um "marco psicológico" para as campanhas, uma nova fase em que cada dia conta para se somar eleitores e conquistar, sobretudo, os indecisos.

Nesta semana, várias pes­­quisas foram publicadas apontando um empate entre Obama e Romney.

A última do instituto Gallup indicou um empate em 46% das intenções de voto. A rede NBC e o jornal The Wall Street Journal apontaram uma preferência pelo republicano em relação a assuntos econômicos, mas o presidente democrata leva vantagem em Estados decisivos como Ohio.

O site de informação política RealClearPolitics, que elabora uma média diária das pesquisas eleitorais, indica que Obama tem apoio de 46,4% do eleitorado, enquanto Romney aparece com 45,3%.

O republicano leva vantagem na arrecadação de sua campanha – em junho, Romney superou Obama pelo segundo mês consecutivo ao embolsar US$ 106 milhões. Isso preocupa os democratas, que já alertaram seus doadores para não baixar a guarda e aumentar suas contribuições.

A existência de comitês de ação política independentes, que na prática são uma extensão das campanhas oficiais e podem arrecadar fundos ilimitados, gerou uma enxurrada de mensagens e críticas dos dois lados, especialmente nos últimos dias.

Ataque democrata

Os ataques dos democratas estão determinados a destruir a imagem de Romney como homem de negócios. Ele é acusado de ter investido em empresas especializadas em transferir postos de trabalho para fora dos EUA e em outras que quebraram, quando era diretor da firma Bain Capital.

A campanha de Obama lançou um anúncio de televisão em que Romney é ridicularizado. Enquanto se escuta o candidato republicano cantando a tradicional canção "America the Beautiful", manchetes de diversos veículos aparecem na tela questionando a existência de contas em paraísos fiscais, além da questão envolvendo a Bain Capital e a transferência de vagas de emprego para o México, a Índia e a China.

Contra Romney também podem pesar as gafes cometidas em Londres, em sua primeira viagem internacional para definir aos eleitores suas prioridades na política externa, como um comentário crítico direcionado à organização dos Jogos Olímpicos.

Revide

Já os republicanos mostraram Obama como um presidente que "ataca os que têm sucesso", sufoca os empresários com excessivas leis e é acusado de não saber o que fazer com a situação econômica do país após a crise de 2008.

A economia continua sendo a maior preocupação dos eleitores, e os últimos indicadores jogam contra Obama. O desemprego continua alto e o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país) cresceu 1,5% entre abril e junho – ritmo menor que os 2% do trimestre anterior.

Um tema evitado por ambos é a posse de armas, sempre latente e que ressurge com tiroteios como o da semana passada em um cinema de Aurora (Colorado) com um saldo de 12 mortos e 58 feridos.

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