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Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que a Petrobras só deixa o Equador se for indenizada pelos investimentos no país. "Se as condições não forem favoráveis, no final das contas a Petrobras sai, desde que possa sair adequadamente, sendo compensada pelos investimentos que tiver feito’’, afirmou ele.

Amorim disse que o governo brasileiro vem acompanhando as negociações entre a empresa e o governo equatoriano, mas que não pode interferir diretamente nesse processo.

"Não se pode dar importância para o excesso de declarações. Uma coisa é um jogo de mídia, outra coisa é o que está sendo negociado.’’

Na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a Petrobras poderá deixar o Equador se não houver um acordo satisfatório para que a empresa continue suas atividades exploratórias, mas disse estar confiante em uma resolução, nem que seja política.

O presidente do Equador, Rafael Correa, ameaçou no último sábado nacionalizar o bloco 18 da Petrobras, que produz 32 mil barris de petróleo por dia, caso a empresa não renegocie seu contrato.

Correa ordenou a renegociação dos contratos para que o país fique com toda a extração, em troca do pagamento dos custos de produção e uma margem de lucro às companhias de petróleo.

O principal interlocutor da Petrobras no governo equatoriano, Galo Chiriboga, deixou ontem o Ministério de Minas e Petróleo. A pasta passou a ser ocupada pelo até então ministro-coordenador de Setores Estratégicos (Infra-Estrutura), Derlis Palacios, que vinha tendo forte atuação na crise entre Quito e a Odebrecht.

Também ameaçada de expulsão do Equador, a construtora brasileira continua à espera de uma decisão final. Na tarde de terça-feira, uma reunião do governo equatoriano sobre a Odebrecht terminou sem nenhum anúncio concreto. Na saída, o assessor presidencial Bernardo Henriques disse ao jornal El Universo que o governo deve esperar o retorno das operações da hidrelétrica de San Francisco, o que deve ocorrer entre os dias 18 e 20 deste mês.

A usina, construída pela Odebrecht, funcionou por cerca de um ano e está parada desde junho por causa de problemas no túnel principal e nas turbinas.

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