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Curitiba – Enquanto não houver eleições para definir o cenário político na Bolívia, o mercado de gás também fica em suspenso, diz o diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires. Com o decreto da lei de hidrocarbonetos, em junho, mudou a relação contratual das multinacionais petrolíferas com La Paz. Concessionárias passaram a ser prestadoras de serviços.

Pires considera que o governo brasileiro terá de ter um firme posicionamento nas negociações com a Bolívia durante a revisão dos contratos da Petrobrás. "O gás da Bolívia é fundamental para o Brasil, mesmo diante das descobertas de reservas na Bacia de Santos."

O ministro-conselheiro da Embaixada do Brasil em La Paz, Carmelito de Melo, explica que a lei de hidrocarbonetos prevê a revisão de todos os contratos com as multinacionais de petróleo, o que deve ocorrer em 180 dias.

A Petrobrás está com os projetos de investimentos paralisados na Bolívia, comenta Melo. "O governo brasileiro deixa sempre claro que o fornecimento de gás precisa ser cumprido. A expectativa é que no processo de renegociação e revisão de contratos haja um ponto de equilíbrio diante da lei de hidrocarbonetos. O desejo é que a Bolívia ofereça abertura para que os investimentos sejam retomados no futuro." A Petrobrás não está se pronunciando sobre o assunto.

Para o diretor do Centro de Estudos do Petróleo da Unicamp (Cepetro), Saul Suslick, tanto Bolívia quanto Brasil precisam manter a perspectiva de cooperação. "A integração energética é fundamental para ambos. A produção de gás depende de infra-estrutura, por isso é interessante manter acordos com outros países." Mas diante do cenário político indefinido até as eleições, as empresas ficarão relutantes em continuar seus investimentos, diz o especialista. "A Petrobrás não vai aceitar negociar fora da margem do longo prazo", sustenta. (KC)

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