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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Arqueólogos que trabalham na região de Assuã, no sul do Egito, acharam restos importantes da vida cotidiana do tempo dos faraós: grafites feitos pelos antigos egípcios numa pedreira, a qual também parecia contar com um canal para transportar imensos blocos de pedra até o rio Nilo. Contudo, o canal, tão útil no passado, pode virar um problema faraônico no presente: ele está levando água salobra do subsolo até as pedras, ameaçando destruir os resquícios das pichações e da pedreira milenar.

A pedreira de granito fica na margem oriental do Nilo, no centro da cidade de Assuã, e abriga um enorme obelisco que não foi terminado por causa de fissuras que poderiam rachá-lo ao meio a qualquer momento, se o bloco fosse transportado.

Se isso foi um tremendo azar para o arquiteto egípcio que trabalhava no obelisco, o achado é uma mão na roda para os arqueólogos, que podem usar o trabalho inacabado para reconstruir os métodos antigos de extração e transporte de pedras maciças. Além disso, as pedras abandonadas também receberam grafites, com imagens de golfinhos e aves aquáticas que retratam a arte popular do Egito antigo.

A descoberta mais importante, no entanto, veio quando o Conselho Supremo de Antigüidades do Egito se pôs a preparar o sítio arqueológico para visitação, a partir de 2002. Os arqueólogos acharam uma trincheira de quase três metros de profundidade, e possivelmente ainda mais funda.

"Alguns pesquisadores sugeriram que essa trincheira era um canal que ligava a pedreira ao Nilo", diz o geólogo Richard R. Parizek, da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA). "Transportar enormes monólitos de granito de barco até o Nilo, aproveitando a enchente anual, seria mais fácil do que carregar esses blocos por terra da pedreira até o rio", afirma.

Os pesquisadores usaram um conjunto sofisticado de análises sísmicas para testar essa hipótese e descobriram que realmente havia um canal ali, o qual continuava por pelo menos cem metros -- talvez mais. E ele parece ficar mais profundo conforme se aproxima do Nilo, o que apóia a idéia de que os blocos eram levados de barco até o rio.

No entanto, a mesma estrutura hoje está permitindo que o sal presente no lençol freático alcance as rochas da pedreira, correndo tanto os antigos grafites quanto as estruturas que indicam como as pedras eram trabalhadas pelos escultores faraônicos. Agora, os pesquisadores querem entender melhor a estrutura do canal para propor soluções que preservem o legado antigo na área.

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