• Carregando...
Piñera visita campo de desabrigados pelo tremor: medidas de urgência afetarão todo o seu mandato | Jose Luis Saavedra/Reuters
Piñera visita campo de desabrigados pelo tremor: medidas de urgência afetarão todo o seu mandato| Foto: Jose Luis Saavedra/Reuters

O Chile anunciou ontem uma reforma nos impostos pagos por grandes empresas e pelos setores de mineração e tabaco para fi­­nanciar a reconstrução do país após o terremoto de 27 de fevereiro, o que será acompanhado pela emissão de bônus e a venda de patrimônio, entre outras me­­didas. Em discurso na cidade de Coronel (sul), uma das mais de­­vas­­tadas pelo terremoto e pelo subsequente maremoto, o presidente Sebastián Piñera anunciou um plano que supera US$ 8,4 bilhões nos próximos quatro anos.

"Este plano de reconstrução vai levar quatro anos e vai ser, junto com o cumprimento do nos­­so programa de governo, as duas grandes tarefas e desafios que vamos enfrentar durante nosso governo", disse Piñera, que tomou posse dias depois do sismo. Ele disse que o esperado crescimento econômico do Chile vai assegurar "um aporte permanente e saudável" de recursos públicos da ordem de US$ 2,4 bi­­lhões adicionais por ano. Se­­gun­­do ele, só a tributação das mineradoras já gerará uma arrecadação próxima de US$ 700 milhões.

Mais tarde, porém, o ministro da Fazenda, Felipe Larraín, afirmou que a nova taxa será variável e voluntária. O ministro da Mineração, Laurence Golborne, previu que a maioria das em­­presas do setor aceitará o novo es­­quema tributário do Chile, maior produtor mundial de cobre.

O presidente, dono de uma fortuna pessoal de US$ 2 bilhões, disse que elevará de 17 para 20 por cento, de forma transitória, o imposto sobre os lucros das grandes empresas, com uma ar­­recadação adicional de US$ 1,26 bilhão. "O aumento dos impostos daqueles setores que têm mais (...) vai se traduzir em um aumento transitório no imposto de primeira categoria para as empresas do nosso país, que vai subir 3 pontos durante 2011 e 1,5 ponto durante 2012", disse Piñera.

Já o imposto sobre o tabaco terá uma elevação definitiva, de 60 para 67 por cento, o que significaria uma arrecadação adicional de cerca de US$ 990 milhões em quatro anos.

Piñera disse ainda que o Chile voltará ao mercado da dívida internacional para financiar a reconstrução do país, com a emissão de títulos soberanos, provavelmente de dez anos, embora também se cogite o lançamento de títulos no mercado interno.

Outra proposta apresentada por ele foi a venda de ativos prescindíveis, como uma participação minoritária do go­­verno na elétrica Edelnor e na Aguas Andinas, maior empresa de abastecimento de água do país.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]