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Santiago – O ex-ditador chileno general Augusto Pinochet foi indiciado ontem pela morte de dois guarda-costas de Salvador Allende, presidente marxista democraticamente eleito que sofreu um golpe de Estado em 1973. Pinochet terá de permanecer em prisão domiciliar.

O indiciamento veio após Pinochet, em seu 91º aniversário, neste sábado, ter emitido um depoimento pela primeira vez assumindo total responsabilidade política pelos atos de seu regime.

Acumulando a quinta prisão domiciliar, antes por acusações de abusos aos direitos humanos em sua ditadura (1973-90), Pinochet teve suspensa sua imunidade a julgamento no mês de julho deste ano.

O indiciamento envolve acusações de seqüestro e homicídio de dois guarda-costas de Allende – Wagner Salinas e Francisco Lara – que foram presos no dia do golpe, 11 de setembro de 1973. Os dois foram executados por grupos de extermínio quatro semanas depois, segundo informou o regime na época. Salinas era ex-campeão sul-americano de boxe na categoria pesos pesados.

Mais de 15 seguranças e auxiliares de Allende foram arrancados do palácio do governo durante o golpe e permanecem desaparecidos. Allende cometeu suicídio durante um bombardeio ao palácio.

Não houve reação imediata dos advogados do ex-ditador, mas é esperado que recorram perante a Suprema Corte como fizeram todas as outras vezes que o Pinochet foi indiciado. Os casos anteriores foram arquivados quando os tribunais julgaram que ele sofria de demência branda.

Mas, em acréscimo à decisão judicial de ontem, três outros casos estão em andamento: dois sobre violações de direitos humanos e um de evasão fiscal.

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