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Passageiros esperam a normalização do transporte de trem em Kolkata, após mega-apagão que paralisou a metade do país | Dibyangshu Sarkar/AFP
Passageiros esperam a normalização do transporte de trem em Kolkata, após mega-apagão que paralisou a metade do país| Foto: Dibyangshu Sarkar/AFP

Seca

Falta de chuvas ameaça produção de alimentos no país

Reuters

A temporada de chuvas de monção – que se estende entre os meses de junho e setembro e é a maior fonte de irrigação de 55% das áreas agrícolas da Índia –, está 20% abaixo da média até agora, desencadeando preocupações de uma possível produção fraca e uma maior inflação nos preços dos alimentos.

Sharad Pawar, ministro da Agricultura, presidiu ontem uma reunião de ministros para debater o problema, após a primeira forte chuva da temporada de monções atingir a cidade de Nova Délhi, causando blecautes.

A reunião de ministros para tratar de seca foi a primeira desde 2009, quando ocorreu a temporada de monções com menos chuva no país em quase 4 décadas. A estiagem forçou a Índia e importar açúcar a taxas exorbitantes e elevou os preços de referência em Nova York para recordes.

Mais de 700 milhões de pessoas ficaram sem eletricidade na Índia ontem, no pior blecaute da história. Havia o receio de que protestos pudessem acontecer caso a geração de energia do país se estendesse por mais dias.

Dos 28 estados indianos, 20 sofreram cortes de energia, incluindo a capital Nova Délhi. Três das cinco grandes redes de transmissão de eletricidade sofreram corte, por volta da hora do almoço.

Centenas de trens ficaram parados, e os passageiros presos desde a Caxemira (norte) até Nagaland, na fronteira com a Mianmar (leste).

Os semáforos pararam de funcionar, causando congestionamentos em Nova Délhi, Calcutá e outras metrópoles. Cirurgias foram canceladas em todo o país, e hospitais recorreram a geradores.

Em Bengala Ocidental, centenas de mineiros ficaram aprisionados sob a terra durante horas, devido à paralisação dos elevadores.

A primeira falha ocorreu na rede norte, que já havia sofrido colapso um dia antes, deixando quase 350 milhões de pessoas no escuro por até 14 horas. Em seguida, caiu a rede leste, que inclui Calcutá, e a rede nordeste.

À noite, 50 dos mineiros presos em Bengala Ocidental foram resgatados, e a energia havia sido restaurada no nordeste e em bairros da capital.

Consumo

O consumo de eletricidade cresce à medida que os indianos adquirem tevês de tela plana e eletrônicos – símbolos de status para a exponente classe média da Índia.

Mas as geradoras de energia não estão dando conta da demanda. A Autoridade Central de Eletricidade indiana reportou déficit de energia de 8% nos últimos meses. E um terço dos lares indianos não tem eletricidade nem para acionar uma lâmpada, segundo o censo de 2011.

Os dois blecautes consecutivos despertaram preocupação sobre a infraestrutura indiana. O ministro da­­ Energia, Sushil Kumar Shin­­de, culpou o consumo dos estados.

"Todo mundo consome energia em excesso da rede. Dei instruções para que os estados que excedam sua cota de consumo sejam punidos e seu abastecimento de energia seja cortado", afirmou.

Segundo o Ministério das Relações do Brasil, não há registro de brasileiros afetados pelo blecaute.

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