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Genebra - Dez milhões de pessoas precisam de assistência humanitária emergencial em países do n or­­deste da África atingidos pela pior seca em 60 anos da região. O número foi divulgado ontem pe­­la Organi­­za­­ção das Nações Uni­­das (ONU). O período de estiagem no chamado "Chifre da Áfri­­ca" é um dos mais graves desde a década de 1950, afirmou Elisa­­beth Byrs, porta-voz da Agência de Coordenação Hu­­manitária da ONU, conhecida pe­­las iniciais Ocha.

A falta de chuva e a elevação do preço dos alimentos pelo mundo provoca grave escassez de comida no Djibuti, na Etiópia, no Quênia, na Somália e em Uganda, segundo a Ocha. Como resultado disso, em algumas áreas a taxa de crianças desnutridas alcança ou supera a marca de 15%, que é considerada um ní­­vel emergencial pelas Na­­ções Unidas, advertiu Elisa­­beth Byrs.

A representante da ONU pe­­diu a potenciais doadores que enviem recursos para que a ajuda humanitária chegue aos ne­­cessitados. "Se não combatermos a situação o mais rápido que pudermos, ela pode piorar ainda mais", afirmou a porta-voz durante entrevista coletiva concedida em Genebra.

A maior parte da população afetada pela seca encontra-se no Quênia e na Etiópia, disse Elisa­­beth Byrs. Cada um desses países tem mais de 3 milhões de pessoas precisando de ajuda humanitária no momento. Na Somália, prosseguiu ela, 2,6 milhões de pessoas precisam de assistência. No Dji­­buti, a população afetada alcança 120 mil. Em Uganda são 600 mil.

No decorrer das últimas se­­manas, a escassez de alimentos provocou um aumento no nú­­mero de pessoas que deixaram a So­­mália com destino ao Quênia em busca de ajuda. Na Somália, a seca é agravada por conflitos ar­­mados.

"Em determinadas regiões, a seca é a pior em seis décadas", de­­clarou a porta-voz. "Em certas áreas, a situação é próxima da fo­­me. Trata-se de um estágio emergencial que precede o de fome, mas é possível melhorar a situação", assegurou.

O problema emergencial de fome no nordeste da África vem à tona no momento em que o diretor-geral eleito para a FAO – organismo da ONU responsável para cuidar dos problemas de alimentação e agricultura –, o brasileiro José Graziano, alerta para o au­­mento global nos preços dos alimentos.

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