Ruslan Boshirov (E) e Alexander Petrov são procurados pela polícia britânica por ligação com o ataque contra o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia| Foto: Divulgação Metroplitan Police Service/AFP

A polícia e promotores britânicos identificaram dois russos como suspeitos de envenenar o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia, em Salisbury, no Reino Unido, em março deste ano. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (5).

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Alexander Petrov e Ruslan Boshirov, ambos com cerca de 40 anos, foram acusados de tentativa de assassinato de Sergei e Yulia Skripal. De acordo com o jornal The Guardian, eles estavam viajando com passaportes russos autênticos e chegaram ao Reino Unido dias antes do ataque com Novichok, uma substância tóxica desenvolvida pela União Soviética entre os anos 1970 e 1980

Eles também foram acusados de tentativa de assassinato de Nick Bailey, policial britânico que também ficou doente após ir à casa dos Skripal para investigar o caso. Os três se recuperaram desde então.  

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Os promotores alegam que há evidências suficientes para processar os dois.

“É claramente de interesse público acusar Alexander Petrov e Ruslan Boshirov”, disse Sue Hemming, diretora de serviços jurídicos do Crown Prosecution Service, em um comunicado. 

Hemming afirmou que o Reino Unido não vai pedir à Rússia para extraditar os acusados porque a constituição russa não permite a extradição de seus próprios cidadãos, mas ela disse que o Reino Unido obteve um mandado de prisão europeu para Petrov e Boshirov. 

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o governo russo está esperando um relatório sobre as investigações da polícia britânica acerca do caso. “Nós esperamos ouvir pelo menos algo compreensível sobre este assunto”, disse, de acordo com a agência russa Tass. O ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou, segundo a BBC, que os nomes e imagens divulgadas pela policia britânica “não significam nada para Moscou”.

Repercussão e mais um caso

O ataque e a suspeita do envolvimento do Kremlin desencadeou uma crise diplomática entre a Rússia, o Reino Unido e outros países ocidentais. Mais de 150 diplomatas russos foram expulsos de cerca de 30 países e os Estados Unidos aplicaram sanções ao país do presidente Vladimir Putin devido ao caso.

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Dawn Sturgess, britânica de 44 anos, e Charlie Rowley, de 45, foram envenenados com o mesmo agente neurotóxico usado contra o ex-espião russo Serguei Skripal meses mais tarde. Strugess morreu uma semana depois do envenenamento. A polícia suspeita que a substância estava em um frasco de perfume encontrado pelo casal em Salisbury.

May coloca culpa no Kremlin

Depois das revelações, a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou que as investigações de seu país concluíram que o Estado russo é culpado de envolvimento no ataque contra o ex-espião russo Sergei Skripal e de Yulia.

Em declarações na sede do Legislativo, May deu detalhes sobre os passos dos suspeitos, que viajaram de Moscou para Londres, teriam cometido o crime e depois voltado à capital russa. A polícia britânica concluiu que provavelmente eles viajaram com nomes falsos. 

"Não há outra linha de investigação neste momento", afirmou May ao falar sobre o "ato desprezível" cometido em solo britânico. "A investigação forense produziu informação suficiente para apresentar acusação contra os dois cidadãos russos", disse ela na Câmara dos Comuns.

A premiê disse que foi confirmado o uso de agente químico nervoso e censurou o comportamento do governo russo no caso, que segundo ela só "reforça a culpabilidade" do país no episódio. "A Rússia tem respondido ofuscando os fatos e mentindo", criticou. "Adotaremos todas as medidas possíveis para prender, extraditar e julgar os suspeitos".

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