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A polícia da Indonésia confirmou que as autoridades do país realizam teste de virgindade nas aspirantes a entrar na corporação, como prova de sua força física e moral, um exame que Human Rights Watch (HRW) classifica como humilhante, publicou nesta quinta-feira (20) a imprensa local.

O diretor do departamento legal da Polícia Nacional, Moechgiyarto, afirmou ao jornal "The Jakarta Post" que os teste são feitos exclusivamente em mulheres e são realizados em hospitais operados pela própria polícia. A Indonésia tem a maior população muçulmana do mundo.

"O procedimento já é praticado há muito tempo. Temos que comprovar a qualidade (das candidatas) constatando sua virgindade", declarou Moechgiyarto durante uma entrevista coletiva ontem em Jacarta, a capital do país. O HRW denunciou na terça-feira a prática, comumente conhecida como a "prova dos dois dedos", em um relatório elaborado a partir de entrevistas com agentes na ativa e aposentadas, aspirantes, médicos da polícia e ativistas.

"A Polícia Nacional da Indonésia usa os teste de virgindade como uma prática discriminatória que danifica e humilha às mulheres", alertou em comunicado Nisha Varia, diretora de direitos da mulher da HRW. A organização alerta que estas práticas foram reconhecidas como violação dos direitos humanos por tratados internacionais que a Indonésia ratificou.

"Entrar na sala do teste de virgindade foi terrível. Estava com medo de deixar de ser virgem depois de fazer o exame. Doeu muito. Uma das minhas amigas desmaiou, inclusive", relatou uma policial indonésia no documento.

A Polícia Nacional da Indonésia planeja aumentar o número de mulheres policiais para 21 mil em dezembro. Com isso, elas passariam a representar de 3% a 5% do total da corporação. Os testes de virgindade são realizados também em outros países como o Egito, Índia e Afeganistão, segundo o HRW.

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