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Sindicatos de polícia de Nova York acusam o prefeito Bill de Blasio de criar um clima antipolícia ao apoiar manifestantes | Shnnon Stapleton/Reuters
Sindicatos de polícia de Nova York acusam o prefeito Bill de Blasio de criar um clima antipolícia ao apoiar manifestantes| Foto: Shnnon Stapleton/Reuters

A apresentação de dados históricos de redução de criminalidade em Nova York pelo prefeito Bill De Blasio na segunda-feira foi ofuscada pelo impasse com a polícia, que reduziu sua atividade nas últimas semanas em protesto após o assassinato de dois agentes. O chefe do Executivo, um crítico do uso excessivo da força pela polícia, é acusado por agentes de expor a corporação de forma negativa. Wenjian Liu, de 32 anos, e de Rafael Ramos, de 40, foram assassinados em 20 de dezembro em seu carro de patrulha no Brooklyn em represália à morte de negros por policias brancos, reacendendo o debate sobre as questões raciais nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo em que o prefeito e o chefe da polícia William Bratton tornavam públicos dados históricos de redução de homicídios e criminalidade, verificou-se que uma "greve" não anunciada dos policias reduziu de forma drástica as detenções e os registros de queixas nas delegacias.

Na última semana, foram registradas 2.401 prisões em toda a cidade contra 5.448 no mesmo período do ano passado, representando uma redução de 56%. As intimações somaram 347 na cidade, muito longe das 4.077 em igual período de 2013.

As multas por infrações de trânsito caíram 90%, de acordo com estatísticas do departamento de polícia. A prefeitura arrecada 10,5 milhões de dólares semanais em multas. Se a redução das atividades permanecerem, os agentes poderiam provocar sérios danos aos cofres da cidade.

Os sindicatos negaram qualquer ação coordenada. Segundo o presidente do sindicato dos sargentos, Edward D. Mullins, todas as chamadas ao 911 estão sendo respondidas. Durante a primeira semana de queda da atividade policial, os índices criminais sofreram uma baixa, de acordo com dados estatísticas da entidade, mas houve uma recuperação na segunda semana, que terminou no último domingo.

A redução das atividades é, além de ser uma ação contra o prefeito, um desafio para o chefe de polícia, que tentou construir pontes entre os oficiais e de Blasio. Bratton não escondeu sua preocupação:

— Estamos analisando o que tem acontecido. Devo dizer que, em qualquer caso, o mês passado foi muito incomum, com muitas manifestações e a tragédia de nossos agentes assassinados. Eu acho que estes são os fatos que impactaram a atividade diária dos agentes. Certamente estamos muito cientes do assunto.

Apesar das últimas semanas atípicas, Blasio exaltou os dados de 2014. No ano passado, Nova York teve 332 homicídios, o número mais baixo desde que os registros começaram, em 1993. O pior ano, com 2.245 mortos, foi em 1990.

— Não acho que um par de dias aberrantes podem ser comparado com um ano de sucesso — afirmou o prefeito.

A taxa de criminalidade (inclui os principais crimes: homicídios, estupros, roubos, assaltos, roubo de veículos ou de habitações) caiu 4,6% em 2014 em relação ao ano anterior.

— Esses números comprovam que se pode construir uma cidade mais justa e mais segura. São apenas números, mas números inimagináveis há anos, números dos quais por trás há pessoas. Quando escolhi Bratton sabia que iria nos levar a números de segurança nunca antes alcançados — afirmou o prefeito.

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