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A polícia dinamarquesa travou uma batalha de rua no sábado com jovens que atearam fogo em carros em protesto contra o despejo de invasores de um centro jovem de Copenhague.

Os manifestantes atiraram coquetéis molotov e pedras contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo durante os incidentes da madrugada. Pelo menos 20 ativistas foram presos durante o protesto e em batidas policiais durante o dia, elevando o total para cerca de 600 detidos em três dias de violência.

A polícia, que usou helicópteros e canhões de águas para despejar os invasores do centro na quinta-feira, fez buscas em casas no sábado para encontrar ativistas estrangeiros que seriam expulsos do país. A mídia local informou que haveria 50 estrangeiros, incluindo alemães.

A polícia se preparava para mais confrontos na noite de sábado. Foram pedidos reforços de outros distritos e emprestados veículos da Suécia, segundo o porta-voz da polícia Flemming Steen Munch.

Mais uma manifestação foi planejada para a capital às 22h (19h em Brasília), disseram ativistas. A imprensa noticiou que os manifestantes se organizavam através de mensagens de texto pelo celular enviadas em massa.

``A luta vai continuar por um longo tempo. Enquanto não houver Casa da Juventude em Copenhague, lutaremos para conseguir uma'', disse Jan, porta-voz do centro jovem.

Uma demonstração pacífica foi realizada no sábado, com uma final no bairro operário e multiétnico Norredo, local de recentes protestos no gueto hippie Christiania.

O conflito no centro jovem vem crescendo desde 2000, quando o governo local vendeu o prédio para um grupo religioso. Ativistas de esquerda usavam-no como base desde 1982, mas os atuais proprietários ganharam uma ordem judicial para realizar o despejo.

Os confrontos da manhã de sábado começaram quando uma festa de rua com música ao vivo em Norrebo tornou-se violenta, depois da meia-noite.

Veículos queimados

Os manifestantes colocaram fogo em carros e barricadas, vandalizaram uma escola e atiraram coquetéis molotov e pedras na polícia durante o protesto.

Dois policiais e três manifestantes ficaram feridos, disse a polícia. Os ativistas prometeram continuar os protestos para retomar o controle do prédio em Norrebo, emprestado do governo desde 1982 para a realização de concertos e outros eventos.

Os jovens pediram uma solução política para a disputa por muito tempo, mas rejeitaram a proposta de se mudar para um outro prédio.

O ministro da Justiça, Lene Espersen, elogiou na sexta-feira a forma pela qual a polícia lidou com os protestos, minimizando os feridos, e também pediu que os pais convençam seus filhos a não recorrer à violência.

Os incidentes recentes estão causando espanto neste país nórdico relativamente rico e pacífico. Mas a Dinamarca tem uma tradição de não-conformismo e rebelião contra autoridades, e muitos moradores de Copenhague dizem que apóiam o desejo dos jovens de ficar no centro.

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