O drama

3/5 – Madeleine desaparece enquanto dormia com seus irmãos, gêmeos de 2 anos, num quarto de hotel de um complexo turístico da Praia da Luz, no Algarve, em Portugal. No momento de seu sumiço, seus pais, os médicos Kate e Gerry MacCann, haviam saído para jantar num restaurante próximo do local.

11/5 – O empresário Stephen Winyard, dono do ginásio Stobo Castle, em Peebleshire, na Escócia, oferece uma recompensa de 1 milhão de libras (quase R$ 4 milhões) por informações que possam ajudar a encontrar a menina.

15/5 – A polícia suspeita que Madeleine teria sido levada por um molestador sexual, por uma rede internacional de pedófilos ou de adoção. O britânico Robert Murat, de 33 anos, chega a ser preso, mas é libertado por falta de provas.

16/5 – Cristiano Ronaldo, atacante português do time Manchester United, da Inglaterra e David Beckham, do clube espanhol Real Madrid, gravam um vídeo no qual fazem um apelo para que a menina seja encontrada viva.

16/5 – A família de Madeleine cria um site a fim de recolher fundos e informações que possam ajudar a encontrar a criança.

6/8 – A polícia portuguesa afirma ter encontrado, em parceria com peritos ingleses, restos de sangue de uma pessoa supostamente morta no quarto do qual a menina britânica Madeleine McCann desapareceu.

7/8 – A Polícia Judiciária portuguesa (PJ, equivalente à Polícia Federal brasileira) informou que há um mês acredita que Madeleine McCann morreu na noite em que foi dada por desaparecida.

7/9 – Polícia divulga que Kate e Gerry McCann são suspeitos.

9/9 – Kate e Gerry McCann voltam para o Reino Unido.

10/9 – A Polícia portuguesa anuncia que vai encaminhar o caso Madeleine ao promotor João Cunha de Magalhães.

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Lisboa – A polícia portuguesa afirmou ontem que vai encaminhar hoje o caso de Madeleine McCann – menina britânica de 4 anos que desapareceu em Portugal, em maio – para a Promotoria do país avaliar as provas obtidas na investigação até o momento. Na sexta-feira, os pais de Madeleine Gerry e Kate McCann, ambos de 39 anos, foram nomeados como suspeitos.

O promotor João Cunha de Magalhães será responsável pelo caso e poderá decidir se os indícios contra Kate e Jerry McCann são sólidos, pedir novas investigações e até chamá-los novamente para depor ou se apresentar ao juiz. Como promotor do caso, segundo fontes jurídicas, poderá também pedir ao juiz medidas de controle mais severas, incluindo a prisão provisória dos McCann. Até agora, o casal só é obrigado a comunicar ausências superiores a cinco dias de seu domicílio, fixado no Reino Unido.

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João Magalhães também deve se pronunciar sobre a situação do britânico residente em Portugal Robert Murat, o terceiro "argüido" (termo jurídico português para suspeito sob interrogatório) no caso e o primeiro que foi investigado. Apenas um dia depois do retorno de Kate e Gerry ao Reino Unido, negando todas as acusações da Polícia Judiciária portuguesa, esta decidiu enviar à Promotoria o expediente de suas investigações. No entanto, ainda é preciso realizar algumas análises.

Ontem, o casal contratou o advogado Michael Caplan, especialista em extradição. Caplan defendeu o ex-ditador chileno Augusto Pinochet quando a Espanha pediu sua extradição da Grã-Bretanha em 1999.

Desde que Madeleine desapareceu, no dia 3 de maio, na Praia da Luz, sul de Portugal, a Polícia realizou buscas por centenas de quilômetros, revistou casas e pertences de Murat e dos McCann. Além disso, interrogou os três e inúmeras pessoas de seu entorno. Porém, nunca conseguiu indícios sólidos sobre o paradeiro da menina até que cachorros especialmente treinados e emprestados pela Polícia britânica detectaram vestígios de um corpo no apartamento alugado pelo casal. Rastros de sangue foram encontrados no automóvel, nas roupas e em outros bens dos McCann.

Embora todas as investigações sejam secretas, a Polícia deixou vazar à imprensa que os indícios contra os pais da menina podem ser judicialmente frágeis. Vários meios de comunicação portugueses especularam que a Polícia teria pressionado o casal nos interrogatórios, em particular a mãe de Madeleine. Os policiais estariam buscando uma confissão, porque as provas encontradas não são conclusivas.

Embora não haja informações oficiais sobre as análises dos restos de sangue, as redes de tevê portuguesa "SIC Notícias" e a britânica "SKY" afirmaram ontem que parte das amostras pertence a Madeleine. Os resultados das análises que até agora tinham vazado à imprensa revelavam uma possibilidade alta mas não inequívoca de o sangue pertencer a Madeleine, e faziam a Polícia suspeitar de que o corpo da menina havia passado pelo automóvel alugado pelos pais 25 dias depois de seu desaparecimento.

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