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O antigo Congresso do Chile em Santiago, onde se realizam as sessões da Convenção Constitucional do país, em 7 de julho, dia da primeira sessão da convenção
O antigo Congresso do Chile em Santiago, onde se realizam as sessões da Convenção Constitucional do país, em 7 de julho, dia da primeira sessão da convenção| Foto: EFE/ Elvis González

Manuel Woldarsky e Alejandra Pérez, que integram a Assembleia Constituinte do Chile, foram detidos nesta quinta-feira, durante um protesto em Santiago a favor da libertação dos manifestantes que continuam presos desde o início das manifestações em 2019.

Os dois membros da chamada Lista do Povo - um bloco de cidadãos sem filiação partidária que participaram dos protestos há dois anos e foram eleitos em maio para a Assembleia Constituinte - foram detidos em frente à Catedral de Santiago, onde parentes dos presos estavam acorrentados a barras.

De acordo com vários vídeos divulgados, Woldarsky e Pérez tentaram impedir a força policial dos Carabineros de prender os parentes dos presos, que alguns da esquerda consideram "presos políticos".

"Carabineros do Chile impediram o acesso de advogados. Foi apresentado um recurso a favor dos detidos e ordenada a libertação imediata, que ainda não foi cumprida", anunciou no Twitter a Lista do Povo, que ocupa 27 dos 155 assentos da Assembleia Constituinte.

O vice-presidente da Constituinte, o esquerdista Jaime Bassa, foi à delegacia onde Woldarsky e Pérez estão para verificar a situação de ambos, enquanto a sessão da tarde da assembleia foi suspensa até que os fatos sejam esclarecidos.

"Um grupo de membros da Constituinte veio para acompanhar as mães dos presos da revolta. Estávamos protestando pacificamente diante da Catedral, quando um contingente absurdo e estupidamente grande de Carabineros chegou com a intenção de atacar", explicou Rodrigo Rojas, também da Lista do Povo, ao canal estatal "24 Noticias".

A situação dos cerca de vinte manifestantes que permanecem em prisão preventiva é uma das questões mais controversas no Chile neste momento.

Em declaração polêmica no dia 8 de julho, a Assembleia Constituinte pediu ao Parlamento para que avançasse com um projeto de lei que busca perdoar os chamados "presos de revolta" e que tem forte oposição da direita e do governo do presidente Sebastián Piñera.

A elaboração da nova Constituição surgiu como a forma política de acalmar os protestos em massa, os maiores em décadas, cujos distúrbios gerados deixaram cerca de 30 mortos, milhares de feridos, acusações de violações dos direitos humanos cometidas pelas forças de segurança e inúmeros episódios de violência.

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