• Carregando...
Egípcio insere seu voto na urna durante eleições parlamentares, no Cairo. Os egípcios foram às urnas nesta terça-feira pelo segundo dia consecutivo, numa eleição parlamentar em que os partidos islâmicos pretendem se aproximar do poder | REUTERS/Ahmed Jadallah
Egípcio insere seu voto na urna durante eleições parlamentares, no Cairo. Os egípcios foram às urnas nesta terça-feira pelo segundo dia consecutivo, numa eleição parlamentar em que os partidos islâmicos pretendem se aproximar do poder| Foto: REUTERS/Ahmed Jadallah

Os egípcios vão às urnas nesta terça-feira pelo segundo dia consecutivo, numa eleição parlamentar em que os partidos islâmicos pretendem se aproximar do poder, embora o Exército ainda não tenha se afastado das funções que assumiu depois de depor o presidente Hosni Mubarak.

A eleição parlamentar, a primeira desde a rebelião que derrubou Mubarak, em fevereiro, estava cercada por temores de violência, após uma semana de protestos contra o regime militar, com saldo de 42 mortos.

A Irmandade Islâmica, que era apenas semitolerada durante os 30 anos do regime de Mubarak, espera que sua organização nas bases se reflita na formação de uma bancada parlamentar expressiva, mas não está clara a influência que terá no Parlamento enquanto os generais continuarem mandando.

Monitores disseram que o comparecimento às urnas foi alto no primeiro dia, mas nenhuma cifra oficial foi divulgada. Eles relataram tropeços logísticos e violações das regras de campanha, mas sem incidentes violentos.

Numa zona eleitoral no bairro cairota de Zamalek, os juízes estimaram o comparecimento em 50 a 60 por cento. Entre as dezenas de eleitores que aguardavam sua vez de votar havia alguns que haviam desistido de fazê-lo na véspera, por causa das filas. Na segunda-feira, os juízes dessa zona eleitoral estimavam o comparecimento em 30 a 50%.

"Não tinha certeza de votar ontem por medo da violência que marcou eleições anteriores. Mas a ordem e a segurança impressionantes me estimularam a me aventurar", disse Fathi Mohammed, 56 anos, que estava entre os primeiros a votar na capitania dos portos de Alexandria. "Tenho esperanças de que esse país vai se erguer."

Munidos de laptops e panfletos, cabos eleitorais da Irmandade Islâmica e de outros grupos político-religiosos abordavam os eleitores confusos para orientá-los sobre o complexo sistema de votação - e para fazer uma última propaganda dos seus candidatos.

Militares

A junta militar que assumiu amplos poderes depois da rebelião que derrubou Mubarak, em 11 de fevereiro, promete transferir o poder a um presidente civil em julho, mas as Forças Armadas podem reter certos privilégios e poderes nos bastidores.

Mas, se a eleição parlamentar, realizada em etapas ao longo das próximas seis semanas, transcorrer bem, o novo Parlamento gozará de uma legitimidade da qual os generais carecem. "A política real estará nas mãos do Parlamento", disse Diaa Rashwan, analista política egípcia.

A futura assembleia deve competir em termos de autoridade com Kamal Ganzouri, economista nomeado na semana passada pela junta militar para o cargo de primeiro-ministro. Ganzouri, 78 anos, que já foi premiê sob Mubarak, entre 1996 e 99, deve apresentar seu gabinete na quinta-feira.

Os Estados Unidos, que pressionaram os generais egípcios, seus aliados históricos, a apressarem a transição para o poder civil, disseram que os relatos sobre o primeiro dia de votação foram "bastante positivos".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]