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VARSÓVIA - A Polônia foi o coração da rede de centros de detenção secretos da CIA na Europa, com bases que mantiveram recentemente até um quarto dos cerca de 100 detentos que se estima que tenham sido espalhados por campos assim em todo o mundo, denunciou um grupo de defesa dos direitos humanos.

Relatos de que a CIA opera prisões secretas na Polônia e na Romênia com parte de sua guerra ao terrorismo suscitaram controvérsia dos dois lados do Atlântico e perseguiram a visita da secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, à Europa nesta semana.

"A Polônia foi a principal base para os interrogatórios da CIA na Europa, enquanto a Romênia desempenhou um papel mais de transferência de prisioneiros", disse Mac Garlasco, um dos principais analistas da Human Rights Watch, ao jornal polonês "Gazeta Wyborcza".

Na entrevista publicada nesta sexta-feira, Garlasco disse que a CIA instalou dois centros de detenção na Polônia, que foram fechados logos depois de o jornal americano "The Washington Post" veicular uma reportagem sobre as prisões secretas, no mês passado.

Ele disse que as afirmações são baseadas em informações de fontes da CIA e em documentos obtidos pela Human Rights Watch. "Temos pistas, evidências circunstanciais para checar, mas é muito cedo para revelá-las", disse Garlasco, sugerindo que a organização tem muito mais informações sobre as prisões secretas.

As autoridades polonesas negaram repetidas vezes a existência de centros de detenção sigilosos, de qualquer tipo, no país. Nesta semana, o primeiro-ministro Kazimierz Marcinkieicz disse que vai cooperar inteiramente com a investigação da denúncia de violação dos direitos humanos.

A Polônia é um dos principais aliados dos EUA na Europa, opondo-se a pesos pesados do continente, como Alemanha e França, ao apoiar a guerra no Iraque e enviar tropas para lá.

Países europeus respondeu à pressão pública sobre a denúncia das prisões secretas tentando extrair respostas antes da viagem de Rice, mas rapidamente recuaram diante dos argumentos apresentados pelos EUA, de que respeitam a soberania deles e agiram de acordo com a lei na guerra ao terrorismo.

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