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Republicanos em Nova York acompanham pela televisão resultados parciais da apuração nas eleições de meio de mandato presidencial, no último dia 8
Republicanos em Nova York acompanham pela televisão resultados parciais da apuração nas eleições de meio de mandato presidencial, no último dia 8| Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE

Apesar de terem tomado dos democratas a maioria na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, os republicanos saíram frustrados das midterms, as eleições de meio de mandato presidencial, porque a esperada “onda vermelha” não aconteceu – ou seja, uma vitória avassaladora na Câmara e a retomada do Senado (que seguirá controlado pelo partido do presidente Joe Biden).

Entretanto, as eleições legislativas americanas tiveram um grande consolo para a oposição num reduto democrata: a apuração até o início da noite desta quinta-feira (17) apontava que, das 18 cadeiras na Câmara que os republicanos tomaram do partido rival, quatro foram em Nova York, um tradicional blue state (estado azul, onde os democratas sempre vencem).

Foi o estado onde houve maior “roubo” de assentos dos dois lados nessas midterms. Na legislatura atual, Nova York possui 19 deputados federais democratas e oito republicanos. Na que tomará posse em janeiro, serão 15 do partido de Biden e 11 da oposição representando o estado em Washington. Os números somados divergem entre as duas legislaturas porque Nova York perdeu um assento na Câmara depois do Censo de 2020.

A eleição legislativa no estado foi marcada por controvérsia antes de acontecer, porque uma decisão de abril do Tribunal de Apelações estadual derrubou uma nova distribuição dos distritos eleitorais nova-iorquinos. O Judiciário entendeu que o novo mapa do Congresso no estado favorecia os democratas.

“Como resultado, a supervisão judicial é necessária para facilitar a criação rápida de mapas constitucionalmente adequados para uso nas eleições de 2022 e para salvaguardar o direito constitucionalmente protegido dos nova-iorquinos a uma eleição justa”, escreveu a juíza Janet DiFiore na decisão, na qual argumentou que a distribuição proposta era “substancialmente inconstitucional, já que desenhada com propósito partidário inadmissível”.

Para os republicanos, as quatro cadeiras roubadas em Nova York foram decisivas para a retomada do controle da Câmara, ainda que sem onda vermelha.

“Se você olhar para o mapa dos Estados Unidos e levar em conta o conceito de onda vermelha, muitos de nós, republicanos, ficamos desapontados com a falta de resultados em todo o país”, disse o deputado eleito Nick LaLota, à Fox News.

“Mas, quando você se concentra em Nova York e em Long Island, especialmente, foi possível ver algo diferente acontecendo aqui”, acrescentou o deputado, para quem a candidatura do republicano Lee Zeldin a governador (foi derrotado pela reeleita Kathy Hochul, do Partido Democrata) “mobilizou muitos eleitores suburbanos do interior do estado de Nova York”.

O também deputado eleito republicano George Santos, filho de imigrantes brasileiros e um dos quatro “ladrões” de cadeira no estado, comentou à Fox News que outro fator que ajudou no crescimento do partido em Nova York foi o desgaste dos democratas.

“O que estamos vivenciando no estado de Nova York é que, pela primeira vez em cinco décadas, estamos sendo governados pelo mesmo partido na cidade de Nova York, em Albany [capital estadual] e em Washington”, disse. “O povo de Nova York não tem ninguém para culpar [por seus problemas] além dos democratas.”

Outra avaliação é que o Partido Democrata perdeu espaço na bancada nova-iorquina (ainda que mantendo maioria) porque não soube abordar as principais preocupações da população local, como a violência.

“Uma boa noite [para os democratas nas midterms] poderia ter sido ótima se os democratas de Nova York não tivessem estragado a redistribuição dos distritos eleitorais e ignorado as preocupações dos eleitores sobre crime e falta de segurança”, escreveu no Twitter Howard Wolfson, consultor do ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg (que foi membro dos dois partidos, mas voltou a se filiar aos democratas em 2018).

“Esses erros custaram aos democratas assentos que poderiam ter sido conquistados na Câmara e os fizeram desperdiçar milhões de dólares que poderiam ter sido usados de outra forma. Hora de corrigir o rumo”, avaliou.

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