O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, agradeceu nesta quarta-feira a oferta polonesa, mas reiterou inviabilidade da proposta| Foto: EFE/EPA/MICHAEL REYNOLDS
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O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, afirmou nesta quarta-feira (9) ao seu homólogo polonês, Mariusz Blaszczak, que não apoia a transferência de aviões de guerra da Polônia às forças dos Estados Unidos na Europa para que possam ser enviados para a Ucrânia.

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O porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, John Kirby, disse em entrevista coletiva que Austin conversou por telefone com Blaszczak e agradeceu a ele “pela disposição da Polônia de continuar procurando maneiras de ajudar a Ucrânia”.

No entanto, Kirby ressaltou que “atualmente não apoiamos a transferência de mais aeronaves de combate para a Força Aérea ucraniana e, portanto, não desejamos vê-las sob nossa custódia”.

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Na terça-feira (8), o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Zbigniew Rau, anunciou que a Polônia estava “preparada” para entregar seus jatos MiG-29 de fabricação russa “de forma imediata e gratuita” às forças americanas na base aérea de Ramstein, na Alemanha, em troca de um equivalente número de aeronaves F-16 usadas, de fabricação americana.

Ao saber desta oferta, que descreveu como um “movimento surpresa”, Kirby declarou em um comunicado na terça-feira que aceitar tal proposta levantaria “sérias preocupações para toda a aliança atlântica [Otan]” e concluiu que a operação não seria “sustentável”.

O porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA acrescentou nesta quarta-feira que os EUA rejeitam esta medida porque, com base em relatórios de inteligência, a transferência desses aviões para a Ucrânia pode ser entendida pela Rússia como uma provocação e resultar em “uma reação russa significativa, que poderia aumentar as perspectivas de uma escalada militar com a Otan”.

Outro dos motivos de Kirby é a crença dos EUA de que a melhor maneira de ajudar a Ucrânia é fornecer as armas e os sistemas necessários para derrotar a Rússia, especificamente defesas anti-blindados e antiaérea.

“Juntamente com outras nações, continuamos enviando essas armas para eles e sabemos que estão sendo usadas com grande efeito: retardaram o avanço russo para o norte e a disputa pelo espaço aéreo da Ucrânia é prova disso”, detalhou Kirby.

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O porta-voz enfatizou que, embora as capacidades aéreas da Rússia sejam significativas, sua eficácia foi limitada por sistemas de defesa antiaérea, como mísseis guiados terra-ar portáteis conhecidos como Manpads.

Outra das razões apontadas por Kirby foi o fato de a Força Aérea ucraniana já possuir vários esquadrões capazes de realizar missões completas.

“Estimamos que adicionar a aviação ao inventário da Ucrânia provavelmente não resultará em qualquer mudança significativa na eficácia da Força Aérea ucraniana em relação às capacidades russas”, declarou.

Kirby opinou ainda que existem alternativas que podem ser mais úteis para as Forças Armadas ucranianas.

“Estamos trabalhando com outros aliados e parceiros em todo o mundo que podem ter capacidades e sistemas de defesa aérea adicionais que possam estar dispostos a fornecer à Ucrânia”, disse Kirby.

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Nesse sentido, especificou que o possível fornecimento de mais mísseis terra-ar, que, segundo lembrou, os ucranianos são treinados para usar, faz parte dessas discussões.

Ucrânia volta a solicitar zona de exclusão aérea

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que milhões de pessoas podem morrer se os países ocidentais não fornecerem apoio aéreo contra a invasão russa e “fecharem” os céus da Ucrânia.

“No futuro será tarde demais. Acreditem, se continuar assim, verão como eles vão acabar fechando o céu, mas vamos perder milhões de pessoas”, disse Zelensky em entrevista transmitida pela emissora britânica Sky News.

“Não podemos parar isso sozinhos, isso só acontecerá se o mundo se unir em torno da Ucrânia”, acrescentou o presidente, considerando que essa unidade está avançando “muito lentamente”.

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“Ontem o mundo não fez nada, sinto muito, mas é verdade”, disse Zelensky. Os aliados da Otan deveriam “pedir desculpas” aos ucranianos que perderam seus filhos por “não terem feito isso ontem, há uma seman”, afirmou.

Falando sobre o cerco da cidade de Mariupol, ele acusou a Rússia de tratar seus habitantes como “animais” e bloquear o acesso a comida e água.

“Se (os países ocidentais) estão unidos contra o nazismo e contra esse terror, eles devem fechar (o espaço aéreo ucraniano). Não esperem que eu peça tantas vezes, milhões de vezes. Fechem o céu”, disse.

Questionado sobre a possibilidade da guerra se espalhar para além da Ucrânia, Zelensky afirmou: “A Terceira Guerra Mundial começará e só então eles farão uma zona de exclusão aérea, mas será tarde demais”.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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