O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, assegurou neste sábado (30) que a crise com a Rússia por seu apoio aos separatistas do leste do país está muito perto de se transformar em uma "guerra em grande escala".

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"Acho que estamos muito perto do ponto de não retorno. O ponto de não retorno é uma guerra em grande escala", disse Poroshenko durante uma entrevista coletiva realizada após as reuniões com os chefes de Estado e de governo da União Europeia em Bruxelas.

Poroshenko afirmou que já considera como guerra o movimento de tropas russas no leste da Ucrânia, ressaltando que qualquer ação ofensiva representaria a chegada "do ponto de não retorno".

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O presidente ucraniano destacou que estão sendo feitos grandes esforços para que estas ações não cheguem a acorrer e que a crise deve ser solucionada através da via diplomática, se mostrando confiante em um possível cessar-fogo como resultado das negociações trilaterais da próxima semana entre OSCE, Rússia e Ucrânia.

Poroshenko fez estas declarações após manter um encontro com os chefes de Estado e de governo da UE, em reuniões bilaterais com o presidente em fim de mandato da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso; o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy; o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e o chefe do governo italiano, Matteo Renzi.

"Tenho certeza que hoje teremos uma decisão unida de todos os Estados-membros em apoio às propostas que apresentei", assegurou Poroshenko, que também se mostrou confiante em uma ampliação das sanções setoriais da UE aplicadas à Rússia, tendo em vista que os 28 respaldaram plenamente o plano de paz para a Ucrânia.

Por outro lado, o presidente ucraniano sustentou que espera que, antes do final do ano, uma terceira via de apoio financeiro à Ucrânia, que suporia 1 bilhão de euros adicionais - 510 milhões corresponderiam a um empréstimo e outros 250 milhões seriam uma doação que Kiev não teria que pagar.

Além da ajuda financeira, a Ucrânia também espera receber ajuda humanitária e apoio militar técnico, assim como respaldo político perante as eleições.

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Sobre o apoio técnico militar, Poroshenko explicou que aguarda novas consultas com os Estados-membros e assinalou que estas conversas serão realizadas na cúpula da Otan, a ser realizada na próxima semana no País de Gales.

Poroshenko também se referiu à situação de seu país após o corte de gás decretado pela Rússia, e assegurou que, por enquanto, a situação está sob controle, já que estão recebendo gás da UE mediante ao fluxo inverso.

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