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Portugueses vão às urnas em meio a escândalo de corrupção dos socialistas e guinada da direita
Luis Montenegro, líder da Aliança Democrática, durante comício em Alvalade, no âmbito da campanha para as eleições legislativas de Portugal| Foto: EFE/EPA/TIAGO PETINGA

Neste domingo (10), os eleitores de Portugal vão às urnas em eleições antecipadas, após o presidente Marcelo Rebelo de Souza dissolver o Parlamento em janeiro, como consequência da renúncia do premiê António Costa devido a um escândalo de corrupção.

A votação deste final de semana promete ser acirrada entre os socialistas, que comandam o país há oito anos, e a direita, que ganhou força nos últimos meses marcados pelas investigações de ilegalidades envolvendo a atual gestão.

Uma pesquisa eleitoral recente do jornal português Político aponta que a coalizão de direita Aliança Democrática, composta pelo Partido Social Democrata (PSD); Partido Popular (CDS-PP); e o Partido Popular Monárquico (PPM), deve garantir a maioria das cadeiras no Legislativo, com uma intenção de votos que chega a 34%, contra 28% do Partido Socialista (PS).

Outro levantamento divulgado no final de fevereiro, do Instituto Pesquisas Paraná, também revelou uma vantagem da oposição à atual gestão na votação. Com isso, os conservadores devem desempenhar um papel importante na escolha do novo governo, em eleições que são consideradas as mais imprevisíveis dos últimos anos.

Após a demissão de Costa, em novembro do ano passado, a principal aposta dos socialistas é Pedro Nuno Santos, ex-ministro da Infraestrutura do país, enquanto Luís Montenegro lidera a opositora Aliança Democrática, desfrutando de uma vantagem estreita nas urnas, segundo as últimas sondagens.

No cenário em que as eleições foram convocadas, a corrupção se mostra como uma grande preocupação para os eleitores. No entanto, as pesquisas de opinião também apontam para outros problemas que estão no radar dos portugueses: os altos preços de moradia e o declínio dos serviços públicos do país.

Maioria no Parlamento de Portugal é improvável para qualquer um dos lados

Apesar da pequena vantagem dos conservadores, nenhum dos dois lados deve controlar os 116 assentos no Parlamento, número mínimo para formar uma maioria governamental.

A Aliança Democrática ainda possui a opção de fazer acordo com outro partido de direita, o Chega, no entanto essa hipótese foi rejeitada repetidamente pela coalizão. Nas sondagens, o partido português de direita aparece em terceiro lugar na intenção de votos e é considerado umas das maiores forças políticas nas eleições legislativas.

A legenda tem o apoio no Brasil de políticos da direita, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pediu votos a seu líder, André Ventura, aos portugueses que vivem no Brasil, em 2022, quando conquistaram 12 assentos no Parlamento.

Na hipótese dos socialistas obterem mais votos nas urnas, é esperado que partidos de esquerda menores estreitem laços com Santos na formação do novo governo. O líder da Aliança Democrática já cravou que tentará formar governo se o seu partido não vencer neste domingo (10).

Outra possibilidade para Montenegro chegar a esse objetivo seria uma aliança com os socialistas na formação de um governo de centro-direita em prol da "estabilidade" do país.

Essa é a última votação parlamentar dos países da União Europeia (UE) antes do próprio Parlamento Europeu realizar suas eleições, em junho. A eleição antecipada também ocorre semanas antes de Portugal comemorar o 50º aniversário da Revolução dos Cravos, que derrubou o salazarismo e deu início à era democrática no país.

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