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TÓQUIO - O prefeito da cidade de Nagasaki, Itcho Ito, lembrou aos Estados Unidos que as armas nucleares não são garantia de uma maior segurança na cerimônia pelo sexagésimo aniversário da destruição da cidade por uma bomba atômica.

As 11h02m (23h02m de segunda-feira em Brasília), o momento exato da explosão, um minuto de silêncio foi observado em memória das vítimas por quase 5 mil pessoas presentes à cerimônia que aconteceu no Parque da Paz, onde está o ponto exato sobre o qual caiu a bomba.

Itcho Ito leu a Declaração da Paz, em que reprovou as potências nucleares pelo pouco progresso conquistado em seu compromisso de eliminar as armas nucleares.

- Aos cidadãos dos Estados Unidos dizemos que entendemos sua indignação pelos atentados de 11 de setembro de 2001, mas lembramos que posse de armas nucleares não é garantia de maior segurança - disse o prefeito em seu discurso.

A representante de um grupo de sobreviventes Fumie Sakamoto, de 74 anos, lembrou os momentos vividos depois do segundo ataque nuclear na história depois do de Hiroshima, três dias antes, em 6 de agosto de 1945.

- Por que a voz das vítimas para que se eliminem as armas nucleares não é ouvida? Apesar de tudo, não desistirei enquanto estiver viva - afirmou.

Uma lista de 2.784 novos nomes foi acrescentada a dos falecidos e elevou o número das vítimas mortais para 137.339.

Em Hiroshima, a última lista de pessoas que morreram no momento da explosão e nos anos posteriores em conseqüência dos ferimentos e da radiação recebida alcança os 242.437 nomes, assim o total de vítimas mortais de ambas as bombas chega a 379.776 pessoas.

Nesta terça-feira, uma oferenda de água fresca foi colocada em frente às esculturas da paz como recordação dos últimos lamentos das pessoas que morreram em Nagasaki, em meio a temperaturas nunca registradas até então por nenhum ser humano.

Cinqüenta e cinco meninos de um coro da escola de Shiroyama, cujos alunos e professores morreram na explosão, entoaram a canção "A alma dos meninos" e dezenas de pombas foram soltas ao céu.

O primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, interveio para expressar o compromisso de seu governo com os princípios da Constituição pacifista e reiterou os três princípios de não possuir, não fabricar e não permitir armas nucleares dentro do território japonês.

Foram convidados para a cerimônia os embaixadores dos Estados Unidos, da Grã-Bretanha, França, Rússia, Índia e Paquistão, mas só compareceram representantes da Rússia, China e Ucrânia.

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