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O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou nesta segunda-feira (23) que não descarta uma ação militar contra o Irã, mas que acredita que uma política de sanções ainda poderá convencer Teerã a abandonar seu polêmico programa nuclear."Acredito piamente que a política de sanções que estamos implementando funcionará, mas não serei eu a dizer que descartamos qualquer tipo de ação", disse Brown durante uma entrevista coletiva, quando questionado sobre se descartaria uma ação militar contra o Irã.

Desde dezembro, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) já impôs duas séries de sanções contra o Irã pelo não cumprimento do país de exigências de parar de enriquecer urânio. O processo de enriquecimento pode produzir combustível para usinas de energia ou material para ogivas de mísseis. Uma terceira resolução do conselho está sendo considerada.

Potências ocidentais, principalmente os Estados Unidos, suspeitam que as atividades nucleares do Irã são secretamente destinadas a produzir bombas atômicas. Teerã, no entanto, diz que seu programa nuclear tem objetivos puramente pacíficos.

Neste mês, o Irã voltou a trabalhar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), para esclarecer dúvidas sobre suas atividades nucleares e melhorar o acesso de inspetores da entidade à sua usina de enriquecimento de urânio.

Caso do espião

O primeiro-ministro do Reino Unido voltou a exigir a extradição do ex-agente secreto Andrei Lugovoi, principal suspeito do assassinato do ex-espião Alexander Litvinenko, em Londres. "Queremos que as autoridades russas reconheçam inclusive que é sua responsabilidade extraditar o cidadão russo identificado por nossa Promotoria para que seja julgado", disse Brown na primeira entrevista coletiva mensal após substituir Tony Blair à frente do governo. "Não podem ocorrer assassinatos em solo britânico e então descobrir que você quer deter alguém que está em outro país e não está em posição para fazê-lo", completou.

O chefe do governo acrescentou que o Reino Unido não podia "tolerar" uma situação na qual todas as provas indicam que não só uma pessoa foi assassinada, mas também houve riscos para muitas outras. Além disso, ressaltou que é "muito importante" que todos entendam a gravidade da situação.

Londres anunciou na segunda-feira da semana passada (16) a expulsão de quatro diplomatas russos devido à recusa de Moscou em extraditar Lugovoi. O governo russo respondeu declarando como "persona non grata" o mesmo número de funcionários da embaixada britânica em Moscou, além de suspender a cooperação em matéria antiterrorista.

Segundo a Promotoria britânica, há provas suficientes para processar Lugovoi pelo assassinato de Litvinenko, que morreu em 23 de novembro de 2006 envenenado com polônio 210, por isso reivindicou sua extradição. No entanto, a Procuradoria Geral da Rússia anunciou este mês a rejeição oficial ao pedido britânico porque a Constituição do país torna "impossível" satisfazer a solicitação de extradição.

O procurador-geral da Rússia, Yuri Chaika, deixou aberta a possibilidade de que Lugovoi seja julgado em território russo caso as autoridades britânicas apresentam provas suficientes contra si.

A Procuradoria Geral da Rússia qualificou hoje como "infundada e desmesurada, motivada por razões políticas e não jurídicas" a reação do Governo britânico à recusa russa em extraditar Lugovoi.

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