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O primeiro-ministro do Afeganistão, Abdullah Abdullah, disse nesta segunda-feira (23) que as negociações de paz com o Taleban começam em um futuro próximo. O grupo armado negou qualquer diálogo com o governo. “As negociações de paz começarão nos próximos dias, se Deus quiser. É do interesse do Afeganistão”, afirmou o chefe de governo. “O povo afegão vai receber informações sobre o início, andamento e final das negociações.”

Ele, porém, não deu provas nem detalhes de como ocorrem as negociações. No último domingo (22), o presidente Ashraf Ghani destacou que as bases para o diálogo “estão em seu melhor momento em 30 anos”. Ghani considerou que o povo afegão deve aproveitar esta “oportunidade única” para restaurar a paz no país. Desde que tomou posse no fim do ano passado, o presidente fez reuniões ministeriais e com a sociedade civil para tentar ver como será retomada a negociação.

Oficialmente, o governo afegão dizia nos últimos meses que não negociaria com o Taleban. O grupo extremista também negou qualquer tentativa de diálogo e que os Estados Unidos criam obstáculos para um processo de paz. Em nota, eles citam uma declaração do novo secretário de Defesa americano, Ashton Carter, de que os Estados Unidos vão replanejar o alcance da missão em território afegão, que será ampliada até o fim de 2016. “É uma bofetada na cara da reconciliação afegã. É um hábito dos Estados Unidos sabotar os esforços de reconciliação e paz no Afeganistão em seus períodos iniciais”, indicaram. “Isso fará com que nosso amado país arda mais anos”.

Impasse

O processo de paz afegão está em ponto morto desde o fracasso em 2013 da segunda iniciativa de diálogo impulsionada pelos EUA no Qatar, onde o Taleban abriram uma delegação oficial, embora as negociações não chegaram a cristalizar. O Afeganistão atravessa um de seus piores momentos quanto à violência, já que em 2014 foram registradas cerca de 3.700 mortes e 7.000 pessoas ficaram feridas entre a população civil, de acordo com dados das Nações Unidas.

Os dados refletem o aumento de uma violência que se acentuou à medida que se aproximava 31 de dezembro, data na qual encerrou a missão de combate da Otan no país, que em 1º de janeiro foi substituída pela operação “Apoio Decidido”. Por sua vez, os Estados Unidos mantêm quase 11 mil soldados em missão antiterrorista e de combate.

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