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O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, pediu nesta segunda-feira à China que garanta a segurança de cidadãos e empresas japoneses, depois de manifestantes chineses saírem às ruas num protesto relacionado a uma disputa territorial marítima entre as duas maiores economias asiáticas.

As relações sino-japonesas se deterioraram drasticamente nas últimas semanas, depois que o Japão prendeu o capitão de um barco pesqueiro chinês que colidiu com embarcações japonesas perto de um arquipélago disputado (que o Japão chama de Senkaku, e a China, de Diaoyu).

Após as declarações de Kan ao Parlamento, o chanceler japonês, Seiji Maehara, disse que as ações chinesas são "extremamente histéricas", o que mostra a dificuldade de encerrar o caso.

Kan foi duramente criticado no Japão por dar a impressão de que havia cedido às exigências chinesas, até por soltar o capitão naval.

No sábado, uma passeata reuniu cerca de 2 mil pessoas em Tóquio pela soberania japonesa das ilhotas no mar do Leste da China, cujo entorno pode conter enormes reservas de gás e petróleo.

"Com relação aos protestos chineses contra o Japão nos dias 16 e 17, vamos dizer às autoridades chinesas que é lamentável, e pedir a elas que assegurem a segurança dos cidadãos japoneses e das companhias japonesas na China", disse Kan a uma comissão parlamentar.

"Ambos os lados precisam se empenhar (para resolver o assunto) de forma calma", acrescentou.

Depois da prisão do marinheiro, a China cancelou reuniões diplomáticas com japoneses, e há suspeitas de que o fato tenha levado Pequim a restringir a exportação ao Japão de minerais chamados terras-raras, que são essenciais na produção de eletrônicos e autopeças.

"As contramedidas que a China adotou são extremamente histéricas", disse Maehrara. "No que tange às terras-raras, embora o Ministério de Comércio da China esteja negando tais medidas, as coisas realmente ainda não voltaram ao normal, criando uma situação que não se encaixa bem no espírito da OMC (Organização Mundial do Comércio)."

No domingo, a China pediu à sua população que não transgrida leis ao expressar sua "compreensível" ira contra o Japão. Os protestos do fim de semana resultaram em algumas vidraças estilhaçadas em cidades do interior chinês.

Testemunhas disseram à Reuters que um novo protesto reuniu centenas de pessoas nesta segunda-feira em Wuhan (centro da China), mas que a manifestação rapidamente se dispersou. Os manifestantes agitavam bandeiras chinesas e pediam um boicote a produtos japoneses.

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