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Manifestantes viram um carro de polícia durante protesto anti-governo na Praça Taksim, no centro de Istambul | REUTERS/Murad Sezer
Manifestantes viram um carro de polícia durante protesto anti-governo na Praça Taksim, no centro de Istambul| Foto: REUTERS/Murad Sezer

O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, pediu neste sábado o fim imediato dos mais violentos protestos contra o governo em anos, depois que manifestantes entraram em conflito com a polícia em Istambul pelo segundo dia.

Erdogan prometeu continuar com a revitalização da praça Taksim, um projeto que provocou os protestos, e afirmou que o assunto estava sendo usado como subterfúgio para aumentar as tensões no país.

A polícia atirou gás lacrimogêneo e disparou canhões de água para conter a multidão que gritava "unidos contra o fascismo" e "renúncia do governo" e impedir que chegasse até a praça Taksim, onde centenas de pessoas ficaram feridas em confrontos na sexta-feira.

Manifestantes também entraram em confronto com a polícia no bairro de Besiktas, após cruzarem uma ponte sobre o estreito de Bósforo, em outra aparente tentativa de alcançar a praça.

"A cada quatro anos nós realizamos eleições, e esta nação faz a sua escolha", afirmou Erdogan em um discurso transmitido pela televisão.

"Aqueles que têm um problema com as políticas governamentais podem expressar sua opinião dentro da estrutura da lei e da democracia... Estou pedindo aos manifestantes que cessem imediatamente essas ações", afirmou.

O protesto no Parque Gezi, ao lado da praça, começou no fim da segunda-feira, depois de árvores terem sido derrubadas devido ao plano de revitalização, mas se transformou em uma ação mais ampla contra Erdogan e seu partido, o Justiça e Desenvolvimento (AKP), que tem raízes islâmicas.

Erdogan liderou uma transformação na Turquia durante a década em que está no poder, fazendo a economia deixar seus dias de crise e se transformar na de maior crescimento na Europa. Ele é, de longe, o político mais popular do país.

Mas críticos atacam seu autoritarismo e o que chamam de interferência de seu governo na vida privada. Grandes restrições à venda de bebidas alcoólicas e alertas contra manifestações amorosas públicas levaram a protestos nas últimas semanas. Muitos turcos também temem que as políticas do governo façam a Turquia entrar no conflito da Síria.

Médicos afirmaram que mil pessoas ficaram feridas nos conflitos em Istambul na sexta-feira, no que foi a maior manifestação contra o governo em anos. Seis pessoas perderam olhos após serem atingidas por cilindros de gás lacrimogêneo, informou a Associação dos Médicos Turcos.

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