O primeiro-ministro ucraniano Arseniy Yatsenyuk| Foto: REUTERS / Alex Kuzmin

O primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, anunciou sua renúncia nesta quinta-feira, após dois partidos afirmarem que sairiam da base governista em plena crise política e econômica e em meio à polêmica queda do voo malaio MH17. Yatsenyuk justificou que o Parlamento não poderia mais fazer o seu trabalho e aprovar leis necessárias.

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"Eu anuncio a minha renúncia, dada a dissolução da coalizão parlamentar, o que bloqueia as iniciativas governamentais", declarou Yatseniuk, denunciando um "crime político e moral".

Pouco antes, o presidente da Assembleia, Olexander Turchynov, declarou que a coalizão parlamentar "Escolha europeia" deixou de existir no Parlamento, o que abre caminho para eleições antecipadas.

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Mais cedo, no início do dia, dois partidos políticos ucranianos, Udar, do ex-boxeador Vitali Klitschko, aliado do presidente Petro Poroshenko, e Svoboda (Liberdade, direita nacionalista) anunciaram sua retirada da coalizão governista.

O presidente Poroshenko, que prometeu eleições legislativas antecipadas logo após sua eleição, em 25 de maio, saudou a decisão dos dois grupos.

"Esta atitude mostra que uma parte dos deputados não está agarrada aos seus assentos e está ciente do sentimento dos eleitores", ressaltou em um comunicado. "Todas as pesquisas e todos os encontros com pessoas mostram que a sociedade deseja uma revisão completa do poder", continuou ele, citando o slogan preferido do Maidan, o movimento pró-europeu e anticorrupção que derrubou em fevereiro o regime pró-russo do presidente Viktor Yanukovytch.

Muitos ex-aliados deste último continuam no Parlamento, incluindo os comunistas acusados de apoiar os separatistas pró-russos e cujo grupo parlamentar foi dissolvido nesta quinta-feira pelo presidente do Parlamento.

As eleições antecipadas devem permitir que o presidente Poroshenko constitua uma sólida maioria, capitalizando seu sucesso na eleição presidencial, onde recebeu quase 55% dos votos.

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No entanto, para dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas a Assembleia deve oficialmente constatar que o governo de coalizão deixou de existir depois de 30 dias e que neste período não pode ser reformulado. Quando essas condições forem atendidas, o presidente pode convocar as legislativas, a serem realizadas dois meses depois.

Udar e Svoboda apoiam este projeto, enquanto que um terceiro grupo, a mais importante formação da atual coalizão, o partido Batkivchtchina (Pátria) de Yulia Tymoshenko, se opõe.